terça-feira, 20 de outubro de 2009

Célebre primeiro autógrafo

Desde que comecei a ficar conhecido na minha cidade como "aquele cara que escreve contos" — já que saíram no jornal as notícias dos concursos literários que venci — algumas pessoas que me conhecem sempre acabam tocando no tema da escrita e da literatura. Há algum tempo conversei com uma moça e travamos um diálogo mais ou menos assim:

— Eu soube que você ganhou um prêmio de literatura. Meus parabéns!
— Ah, muito obrigado.
— O que você escreve?
— Contos.
— O meu tio também escreve contos.
— Que legal! Ele também participa de concursos?
— Às vezes! O maior que ele já ganhou foi o Jabuti.

Eu não sabia, mas o Luiz Vilela, um dos poucos contistas (vivos) reconhecidos do nosso país, tinha parentes morando a apenas algumas quadras da minha casa. O Sr. Carlos Luiz, seu cunhado, é um senhor com quem eu vivia conversando, e ele nunca tinha me dito nada!

Depois de algum tempo, quando o Sr. Carlos e sua esposa Edith (irmã do Luiz Vilela) foram visitar o escritor e sua mãe (que está com 105 anos) em Ituiataba (MG), eles me trouxeram de lá um exemplar de No Bar, autografado pelo meu xará escritor.

Ele escreveu:
"Para o Luiz Fernando, com um abraço.
Luiz Vilela.
Ituiutaba, 27.10.2008"



Naquele tempo eu apenas sonhava com o lançamento do meu livro, e prometi a mim mesmo que enviaria um a ele, assim que o lançasse. Não sei se vou conhecer o Luiz Vilela algum dia, mas acho que me sentiria muito à vontade com ele. Pelo menos é assim que me sinto em relação ao simpático casal de parentes dele. O Sr. Carlos e a Sra. Edith são aqueles mineirinhos risonhos, que falam devagar, gostam de uma boa conversa e oferecem um cafezinho de Minas que é uma delícia.

Bem, os dias se passaram e, por uma daquelas coincidências incríveis, meu livro chegou às minhas mãos exatamente um dia antes do casal partir novamente para Ituiutaba. Não deu outra: aproveitei a chance e mandei com eles um exemplar do Grafias Noturnas. E acabou sendo o primeiro livro autografado por mim:

"Para o mestre Luiz Vilela, com um grande abraço.
São Mateus do Sul, 20.10.2009".

Faltava exatamente uma semana para completar um ano do autógrafo que ele me deu.

Agora resta saber se ele vai gostar dos meus contos tanto quanto eu gostei dos dele.




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