domingo, 23 de agosto de 2009

Reencontro


Acho que foi por volta de 2004 que descobri o maravilhoso Ray Bradbury, um dos meus autores favoritos. Também foi nessa época que comecei a escrever e a fazer amizades com outros amantes deste e de outros escritores de fantasia, terror e ficção científica. O amigo que acabou sendo o maior batedor de papo, via e-mail, sobre o assunto Literatura foi o Maurício, que usava no Orkut o nome de Kall El.
Depois de muitos papos, sem que eu conhecesse ao menos seu rosto, a gente acabou perdendo o contato. Sabe como é: mudei para outra conta de e-mail, fui tendo outros afazeres, etc.
Há poucas semanas, recebi o convite para a antologia Poe 200 Anos, organizada pelo Ademir Pascale e por um tal de Maurício Montenegro. Na hora até me empolguei para participar com algum conto, mas uma série de eventos fez com que eu desistisse da empreitada.
Pois agora não é que fui saber que esse Maurício Montenegro é aquele Maurício? E eu nem havia tido a chance de lhe contar que havia participado da antologia Caminhos do Medo, em 2008, mas ele já havia recebido a notícia pelo Ademir.
Já que o destino nos uniu novamente, espero poder aproveitar ao máximo esse reencontro. Para começar, vou divulgar a antologia referida, que é a primeira a ter os dedos do meu amigo, e que certamente fará sucesso.
Maiores informações: http://www.cranik.com/poe_200anos.html

Além da Imaginação


Essa série foi a minha maior fonte de inspiração para a maioria dos meus contos. Não a versão antiga, mas a dos anos 80, exibida na rede Globo quando eu tinha uns 8 anos. Nunca esqueci de alguns episódios, como o da mulher passa a usar uma correntinha que encontra enterrada no jardim e toda a vez que ela falava "Pare!" (ou algo assim), o tempo parava. No final, ela para o tempo quando está prestes a cair um míssel nuclear sobre sua cidade. O que você faria? Viveria para sempre no vácuo, sem ninguém com quem conversar, sem um único ruído para ouvir, ou faria tudo voltar ao normal e morreria dentro de alguns instantes, com o resto da humanidade?

Além da série, fui muito fã do longa-metragem, Twilight Zone - The Movie (1984) batizado no Brasil de No Limite da Realidade, que contou com cinco segmentos dirigidos por gente que entendia do assunto: John Landis, Steven Spielberg, Joe Dante e George Miller. Ou seja, alguns dos melhores criadores do cinema fantástico da época, pais de filmes como Um Lobisomem Americano em Londres, ET, Gremlins e Mad Max.
Nunca mais tive a chance de conferir aquela série, mas tenho muito nítidas recordações de todos os episódios a que tive o prazer de assistir. Porém, eu sei que a refilmagem é sempre criticada pelos bons entendedores de Twilight Zone, e sempre tive vontade de conhecer a série original, dos anos 60. Esta semana resolvi este problema.
O blog Além da Imaginação Brasil disponibiliza vários episódios clássicos para download, devidamente legendados pela equipe. Já assisti a alguns ótimos exemplares da primeira temporada, e não quero parar tão cedo. Acho que nunca tive tanto prazer em assistir a uma produção clássica. Recomendadíssimo!

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Kaori - Perfume de Vampira


Em breve será lançado aquele que talvez seja o melhor romance de vampiros já escrito por um brasileiro. No caso, uma brasileira: minha amiga (tomei a liberdade de chamá-la de amiga) Giulia Moon.

Para ler a postagem da própria autora a respeito, clique em "vampiro".

Vampiro

Abraços!



quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Katyn

Na noite de 05 de agosto os são-mateuenses puderam conferir na tela grande uma produção polonesa de cinema, dirigida pelo cineasta Andrzej Wajda, como parte da programação da 18ª Tradycje Polskie. O público no Centro Cultural do CEPE não foi muito grande, mas contou com ilustres presenças, como a da cônsul polonesa Dorotha Barys.
As palavras que a diplomata pronunciou antes da exibição de Katyn serviram para a plateia poder se preparar emocionalmente para os dolorosos 118 minutos que viriam a seguir: “Não é um filme otimista”, ela disse. De fato, o público permaneceu em silêncio após o fim da projeção, tamanha a violência do soco no estômago que o filme promove.
Baseado em um episódio real ocorrido durante a II Guerra, a produção trata do brutal massacre de cerca de 20 mil prisioneiros poloneses, ocorrido nas florestas da cidade de Katyn, quando a Polônia se achava invadida tanto pelos alemães como pelos soviéticos, em 1940.
A produção acompanha histórias paralelas de vários personagens ligados às vítimas, como a da mulher de um oficial que mantém esperanças de que o marido desaparecido regresse vivo; do militar que escapa da morte, mas é obrigado a conviver com a terrível verdade sobre a tragédia, ou da senhora de alta classe que, após a invasão, se vê pobre e desconsolada, enquanto sua antiga empregada doméstica russa prospera após o marido ser nomeado funcionário do novo governo.
A cena inicial é emblemática, quando uma multidão de poloneses fugindo dos alemães se depara, sobre uma ponte, com outra multidão de poloneses vindo na direção contrária, fugindo dos soviéticos.
É nesse clima sufocante e de impotência diante de fortes inimigos onde Wajda situa o espectador, sempre inserindo seus personagens em ambientes claustrofóbicos e escuros, e tudo embalado por uma trilha sonora de acordes igualmente sombrios. Os raros momentos de felicidade do filme — como quando um casal de jovens se conhece nas ruas e a moça se encanta pelos gestos românticos e idealistas do rapaz — são interrompidos de forma trágica, como se o experiente cineasta, ainda na ativa aos 83 anos de idade, quisesse mostrar que naquele período sangrento não havia tempo para sonhos. Talvez porque o próprio pai do diretor tenha sido uma das vítimas de Katyn e, durante anos, ele e a mãe aguardaram inutilmente sua volta. Quando souberam da morte, mal puderam cumprir o luto, porque como todos os outros parentes dos fuzilados, tiveram de assumir a falsidade: tanto a Alemanha como a União Soviética negavam a autoria dos crimes, e acusavam-se entre si. Este fato também é retratado no filme, com personagens impedidos de falar abertamente sobre o episódio, sem poder assumir que eram vítimas e sem ao menos saber qual país ordenou as mortes. Dando grandes saltos no tempo, Katyn aborda a vida das personagens desde o início da guerra até após o término do conflito, sem especificar as datas em que os episódios acontecem. E conforme o aviso que a cônsul polonesa deu à plateia antes da projeção no Centro Cultural, o filme termina mostrando, de uma forma bastante crua, todo o terror que os soldados enfrentaram durante as execuções coletivas, quando seus corpos preenchiam imensas covas na florestas. Nessa hora o diretor faz questão de mostrar as mortes de maneira gráfica, sem desviar as lentes dos crânios sendo destruídos por tiros à queima-roupa a que os prisioneiros foram covardemente submetidos.
É este o golpe final que Wajda desfere no espectador, e ainda assim machucando muito menos do que a realidade deve ter feito com ele próprio.



segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Iotti

No último final de semana tivemos aqui em São Mateus do Sul a 21ª Noite de Queijos e Vinhos, com uma apresentação do humorista gaúcho Carlos Henrique Iotti. Ele é o criador do personagem Radicci, cujas tirinhas são publicadas em revistas em quadrinhos e jornais da região Sul.

O engraçado é que deixei para fazer a entrevista depois de muitos queijos e — pior — muitos vinhos. Saiu até pergunta do tipo: "É verdade que todo gaúcho é viado?". Segundo Iotti, isso é mentira. "Tem uns por lá, mas são de umas correntes migratórias", disse.
Mais informações no site do gaúcho: http://www.radicci.com.br/