domingo, 31 de janeiro de 2010

Filmes, filmes, filmes

Antes de postar os filmes que vi esta semana, gostaria de recomendar esta bela rede social que é a Filmow. Agora posso juntar lá todos os filmes que já assisti, e os que quero assistir. Tá bom, mas vamos lá.

A Aura : Não preciso repetir que Ricardo Darín é meu ator preferido. Aqui foi sua segunda e última colaboração com o diretor de Nove Rainhas, em um grande suspense sobre um taxidermista que sonha em praticar um grande assalto e tem sua chance ao cruzar seu caminho com um bando de criminosos. (5 estrelas em 5)

O Que Você Faria? : Eu sei, o título nacional é péssimo, mas esta produção argentina e espanhola foi uma das melhores surpresas que tive nos últimos tempos. Um grupo de executivos disputa uma vaga em uma grande empresa, e são submetidos a uma competição para ir eliminando um a um. Uma espécie de "Doze Homens e uma Sentença" versão atual, em que as multinacionais são as grandes responsáveis pelo Mau no mundo. O plano final é maravilhoso! (5 estrelas em 5)


A Terra de Van Deimen : Filme australiano que poderia ser um par de A Estrada. Traz a terrível história real de um grupo de foragidos da prisão que, no século XVIII, se embrenha na mata. Porém, a fome os obriga a começar a matar os mais fracos para se alimentarem dos corpos. (4 estrelas em 5)

Precious : Drama sobre uma adolescente negra e obesa, de 16 anos, grávida do segundo filho pelo próprio pai, e que é constantemente agredida pela mãe. Ótimas atuações, inclusive da cantora Mariah Carey, como uma agente social. Tem um clima pesado, é claro, mas a direção é boa o suficiente. (4 estrelas em 5)

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Participação na Scarium 26

Acabei de receber um e-mail do Marco Bourguignon, editor da Scarium, dizendo que um conto meu será publicado na edição número 26 da revista.

Aproveitando a deixa, vamos dar uma passadinha no site, que é bem legal.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Prêmio Inigualável

E o Pablo Villaça, do Cinema em Cena, continua me citando em seu blog: veja aqui.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Resenha de Grafias Noturnas

Para comemorar a postagem número 100 do blog, um belíssimo texto de Matheus Lara a respeito do meu livro Grafias Noturnas.

Para ler, clique aqui.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Filmes, filmes, filmes

A Onda (Die Welle) : O meu top 1 da semana é este fabuloso filme alemão, refilmagem de uma produção de 1981 feita para a TV, e baseado em um episódio real. Um professor precisa aplicar um curso de Autocracia para uma turma do colegial, e propõe uma experiência, criando um pequeno regime ditatorial na sala de aula. Através de seus argumentos, os alunos acabam abraçando a ideia e passam a viver em um microcosmo do nazismo, com direito ao uso de uniforme, símbolo e uma saudação especial, mas as coisas vão longe demais. O filme tem um grande suspense e propõe uma inteligente discussão política. O único defeito é que o roteiro mostra que tudo aconteceu em apenas uma semana, sendo que seria necessário muito mais tempo para atingir aquelas proporções. Ainda assim, um grande filme. Como curiosidade, há uma brasileira naturalizada alemã no elenco: a loirinha Cristina do Rego, que interpreta Lisa. (5 estrelas em 5)



O Fantástico Senhor Raposo (The Fantastic Mr. Fox) : Genial animação baseada no livro infantil de um dos meus autores preferidos (Roald Dahl), inusitadamente dirigida por Wes Anderson. Não poderia sair nada melhor. Uma das melhores animações já produzidas, com um ótimo roteiro, ricos personagens, ritmo frenético e um lindo visual. (5 estrelas em 5).



Sherlock Holmes : Às vezes o diretor Guy Ritchie faz umas porcarias, mas quando ele acerta a mão, temos que reconhecer. Confesso que achei que a sua versão de Sherlock Holmes ficaria um saco, mas o filme que assisti é bastante fiel ao universo do personagem e ainda tem uma trama sobrenatural, envolvendo um vilão que é uma cruza de Hitler com Drácula, que muito me satisfez. Há cenas típicas guyritchieanas, como as lutas e as explosões em câmera lenta, que impressionam. E Robert Downey Jr. forma uma dupla tão legal com Jude Law, de modo que eu poderia assistir sem reclamar a mais umas duas aventuras deles nos próximos anos. (4 estrelas em 5)


Harry Potter e o Enigma do Príncipe (Harry Potter and the Half Blood Prince) : Eu assisti assim que acabei de ler o livro, e tive aquela mesma sensação que sinto em todos os filmes da série: a falta de detalhes e a grande velocidade com que tudo acontece. Mesmo assim, me surpreendi com muitas coisas, principalmente com as liberdades artísticas do diretor, que inseriu muitas cenas que não estavam no livro e modificou tantas outras. Provavelmente é o melhor da série. A idade dos atores, agora incompatíveis com a dos personagens (o que é mais visível no caso do Rony, que está muito mais forte do que deveria) acabou me tirando parte da atenção, e achei que ficou faltando aquela sangrenta batalha final que está no livro, mas o professor Slughorn é tão mais interessante que o do papel, que compensou os problemas. (4 estrelas em 5)



Tá Rindo do Que? (Funny People) : Com uma surpreendente atuação de Adam Sandler, este novo trabalho do diretor Judd Apatow traz mais uma vez aqueles conflitos de homens adultos infantilizados, estabelecendo uma boa dinâmica entre humor e drama. Sandler interpreta um comediante famoso que começou a carreira fazendo stand up comedies (ou seja, uma personificação dele mesmo na vida real) que descobre estar com uma doença incurável. Deprimido, contrata um iniciante Seth Rogen para lhe escrever algumas piadas, com quem faz amizade. Até 1:30 h de duração, Funny People é isso, de uma forma muito satisfatória. Porém, o roteiro segue caminhos inesperados e cria um segmento demasiadamente longo, envolvendo o personagem de Eric Bana, que quase estraga todos os momentos bons que o filme apresentara. Uns cortes nestes trechos não fariam mal, ainda mais porque o filme tem quase 2:30 h de duração. (4 estrelas em 5)



Os Homens que Encaravam Cabras (The Men Who Stare at Goats) : Um esquadrão do exército americano com soldados dotados de poderes paranormais? Esta premissa poderia gerar uma boa ficção científica, mas não é o caso. Fizeram uma comédia, com um grande elenco, e aparentemente baseada em fatos reais! Com George Clooney, Ewan McGregor, Jeff Bridges e Kevin Spacey, o filme mostra como o exército apoiou a criação de um departamento que desenvolveria as habilidades psíquicas dos soldados para que estes pudessem fazer coisas como parar o coração de uma pessoa apenas com o olhar, ficar invisíveis, atravessar paredes e descobrir o paradeiro de desaparecidos usando só a intuição. O elenco está muito afiado, principalmente Clooney e Bridges, este como o oficial que deu início às experiências, depois de passar anos entre os hippies. Pena que o roteiro não tenha uma estrutura interessante. Desperdício de uma boa premissa e de ótimos atores! (2 estrelas em 5)



Anticristo (Antichrist) : Mais uma extravagância de Lars Von Trier, que aqui apresenta um casal que acabou de perder o filho pequeno e cujo marido leva a esposa para uma cabana na mata, a fim de tratá-la do seu sofrimento causado pela culpa. O começo é muito bom, com o personagem de William Defoe fazendo vários exercícios de psicoterapia com a mulher. Porém, lá na cabana começa a surgir muita simbologia envolvendo animais e crueldades, com cenas realmente incômodas (para dizer o mínimo). Confesso que talvez eu não tenha entendido tudo, o que é frustrante. Porém, é um filme que, apesar das bizarrices, tem um trabalho de atores e cenas fortes o bastante para manter o interesse do espectador até o fim. (3 estrelas em 5)



Os Normais 2 : Que saudades da série de TV! Aquele humor inteligente e ágil foi substituído por um fiapo de roteiro que traz várias aventuras desconjuntadas e muito besteirol estúpido. Culpa também da péssima direção, demonstrada já na totalmente sem graça cena inicial, com Rui e Vani cantando uma interminável versão de Living La Vida Loca. A impressão que dá é a de que juntaram uns cinco dos piores episódios da série e tentaram amarrar em um só. Além disso, há racismo, misoginia e o final é puro água com açúcar. Apesar de tudo, não há o que reclamar do elenco. (1 estrela em 5)


quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Convite Duplo

domingo, 17 de janeiro de 2010

Filmes, filmes, filmes

A Estrada (The Road) : Baseado em romance de Cormac McCarthy (de Onde os Fracos Não Têm Vez), vencedor do prêmio Pulitzer, o filme traz um pai e um filho lutando pela sobrevivência em uma Terra devastada por um cataclisma. Do diretor do ótimo western A Proposta, a produção impressiona em vários pontos, a começar pelo visual da devastação: não há sinais de luz do Sol durante o dia, e as noites são muito negras. Tudo está sujo e destruído, e os reduzidos sobreviventes lutam para encontrar comida. Há um suspense quase insuportável, já que pai e filho são vítimas fáceis das gangues de canibais. Esperei um bom tempo para conseguir assistir esta pérola, e não me decepcionei. Mais uma vez palmas para Viggo Mortensen, que tem se revelado um dos melhores atores da atualidade, e tem escolhido apenas projetos brilhantes, como este aqui. E McCarthy deve estar satisfeito com as adaptações de seus livros para o cinema: além dos citados, é o diretor Todd Field quem comandará o próximo projeto baseado em uma obra sua, Meridiano de Sangue. (5 estrelas em 5)


Lunar (Moon) : Astronauta passa três anos sozinho em uma estação na Lua, onde realiza um trabalho de extração de minérios. Porém, a três semanas do término de seu contrato, uma experiência misteriosa colocará sua vida e sua sanidade em risco. Esta elogiada ficção científica, e filme de estreia do diretor Duncan Jones, merece muito ser conhecida. Não é do tipo que apóia-se em efeitos especiais e que mostra fascínio pelo desenvolvimento tecnológico: a história é de fundo psicológico, o que me lembrou muito os contos de Ray Bradbury. O visual é bem interessante, ainda que tenha sido um filme com baixo orçamento. O ator Sam Rockwell dá um show (ele é aquele bandido louco de À Espera de um Milagre), conseguindo expressar a loucura gerada pelo isolamento de um cara a 380 mil km da Terra. (5 estrelas em 5)


La Nana : Produção chilena sobre uma empregada que trabalha há mais de 20 anos com a mesma família. Uma premissa simples, porém muito bem realizada, que fez a produção ganhar o prêmio do júri no festival de Sundance 2009. Filmado com a câmera na mão, La Nana apóia-se em uma narrativa realista, centrando-se na vigorosa interpretação do elenco, principalmente da atriz Catalina Saavedra. Ela faz a protagonista, que parece ter perdido a própria identidade depois de trabalhar tanto tempo com a família, e se transformou em uma pessoa dura, que não suporta a ideia de outra moça como empregada para dividir as tarefas. Eu adoro o cinema latino, e esse filme foi uma das melhores coisas que já assisti no gênero. (5 estrelas em 5)


(500) Dias com Ela : Depois do gênero "comédia romântica" ter esgotado as possibilidades criativas e gerado inúmeras produções clichês e água com açúcar, eis que este 500 Days of Summer faz muito sucesso e se apresenta como uma inovação na categoria. Narra o período em que o mocinho ficou apaixonado pela mocinha, mas logo de início sabemos que eles não ficam juntos no final. O filme é bem bonitinho e moderninho (muita música boa na trilha e demais referências à cultura pop), e traz cenas legais, como a já famosa tela dividida mostrando "realidade" e "expectativa". Os dias também não são mostrados em ordem cronológica, indo do dia 403 ao 07, para depois ir ao 154, por exemplo, o que faz com que vejamos o casal se conhecendo em uma cena, para depois o protagonista curtir um bode pela separação logo em seguida, e minutos depois vermos o casal apaixonado. É uma estrutura interessante. Porém, se olharmos atentamente, não passa de uma história de um cara que se apaixona por uma guria, começa a namorar, o romance acaba e ele sofre. Ou seja, no fim das contas, não é aquele poço de criatividade que tanto comentam. (3 estrelas em 5)

2012 : O que se pode esperar do mais recente filme apocalíptico do mesmo diretor de O Dia Depois de Amanhã, Independence Day e Godzilla? Sim: duas horas e meia de alguns poucos personagens sobrevivendo miraculosamente a grandes desastres. Talvez o termo "miraculosamente" ainda seja leve demais, mas não sei se existe outro para este caso, já que ninguém pode contar com tanta sorte assim. Bem, posso dizer que algumas coisas do filme me empolgaram (também pudera: como é possível dormir diante de cenas em que todo um Estado é destruído em alguns segundos?), e até mesmo os núcleos dramáticos saem do óbvio demais (o que não significa muito). Pena que as cenas de destruição em massa ocupam principalmente o segundo ato, e ainda somos obrigados a mais alguns terços de hora com poucas catástrofes, até o inevitável fim esperançoso. (3 estrelas em 5)

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Ganhe um Grafias Noturnas

O blog O Cantinho da Tati, de Portugal, está com um novo passatempo, onde o vencedor ganhará um exemplar autografado de Grafias Noturnas.

Participe clicando aqui.

Válido apenas para Portugal.

Resenhas de livros

Para quem não sabe, sou colaborador do blog Biblioteca Mal Assombrada, do amigo Mário Carneiro Jr, e volta e meia é publicada por lá uma resenha minha a respeito de algum livro. Segue os links para lê-las:

Obras Primas do Conto de Suspense (vários autores)
A Galinha Degolada e outros contos (Horácio Quiroga)
Beijo (Roald Dahl)
Contos Fantásticos - O Horla e outras histórias (Guy de Maupassant)
Crash (J.G. Ballard)
Dentro da Noite (João do Rio)

Divirta-se!

domingo, 10 de janeiro de 2010

Filmes, filmes, filmes

Sempre esqueço de fazer uma lista onde anoto todos os filmes que vejo no ano. A partir de agora sempre vou postar aqui no blog as impressões sobre aqueles que eu tiver assistido em 2010.

Sempre ao seu lado: Sem dúvida, o filme mais marcante que vi este ano, e um dos que mais me fizeram chorar em toda a minha vida. Mostra a tocante história real de um cão da raça Akita que, mesmo após a morte do seu dono, passa dez anos indo todos os dias na estação de trem para esperá-lo. (5 estrelas em 5)

Mary and Max: Animação soberba, feita em stop motion, sobre a amizade entre uma menina da Austrália e um nova-iorquino com problemas mentais, que se correspondem por cartas durante mais de vinte anos. Sombrio e emocionante! (5 estrelas em 5)

O Escafandro e a Borboleta: Drama sobre o editor da revista Elle que, após sofrer um derrame, contrai a terrível síndrome do encarceramento: uma doença que faz com que ele consiga mover apenas os olhos, apesar de sentir todo o seu corpo e de ter consciência de tudo o que se passa à sua volta. Filme bastante motivador e criativo na forma de usar a câmera subjetiva. (5 estrelas em 5)

Avatar: Depois de tanto hype em cima, confesso que não me causou tanta impressão como eu esperava. Possui ótimos efeitos especiais, é claro, mas o que vale para que eu abençoe ou amaldiçoe um filme é a sua história. Felizmente ela também é boa, mas não é mais surpreendente que as outras produções de James Cameron. Ainda prefiro Terminator II, Titanic e Aliens. (4 estrelas em 5)

Desejo e Perigo: Thriller erótico de Ang Lee, muito intenso. Durante a II Guerra, grupo de jovens japoneses arma um plano para assassinar um perigoso oficial. Uma das garotas torna-se amante do sujeito para que os outros possam eliminá-lo, mas seu envolvimento com ele vai mais longe do que poderia. (4 estrelas em 5)

Te amarei para sempre : Ou, como deveria se chamar, "A esposa do viajante do tempo". A ideia é legal, que mostra um homem que vive saltando no tempo, para o passado e o futuro, sem poder controlar esse dom, e como sua esposa precisa conviver com isso. Tem muitas coisas interessantes, mas isso não é material só para um filme romântico. Deveria ter, ao menos no final, um pouco mais de ação. (3 estrelas em 5)

Os Goonies: Revi este clássico da sessão da tarde e dos anos 80, sobre um grupinho que sai em busca de um tesouro pirata. Apesar de ter envelhecido, traz momentos interessantes do cinema oitentista, como cadáveres em um filme infantil e a tortura do gordinho com o liquidificador. Várias piadinhas perderam a graça e a aventura parece fácil demais: ora, o tesouro estava na cara das crianças! Mas valeu a pena assistir devido a minha descoberta: a de que o protagonista do filme é vivido pelo ator Sean Austin (o Sam de O Senhor dos Anéis) e seu irmão mais velho pelo Josh Brolin (de Onde Os Fracos Não Tem Vez). (3 estrelas em 5)

Crepúsculo: Só agora assisti. E realmente confirmou-se aquilo que eu esperava, para minha decepção. O pior de tudo ainda é a atuação de Robert Pattinson, que criou o vampiro mais sem graça do cinema. Mas ainda assim o filme é, aos mais jovens, uma porta para o mundo dos sugadores de sangue, o que não deixa de ser uma boa coisa. (2 estrelas em 5)

domingo, 3 de janeiro de 2010

A Luta do Século no jornal A União

Meu conto A Luta do Século foi publicado no jornal A União, da Paraíba, com comentários da colunista Grygena Targino. Esta é a segunda vez que ela analisa um trabalho meu em sua coluna (o primeiro foi Eu Não Matei Charles Bronson). Para mim é interessante que ela tenha escolhido este entre tantos outros dos meus contos porque A Luta do Século é um dos menos compreendidos de todo o meu livro. Os leitores geralmente o consideram menos profundo do que os outros, mas Grygena fez uma bela interpretação a respeito. Deixo a ela meus agradecimentos e reproduzo aqui suas palavras.

Do jornalista e escritor paranaense Luiz Fernando Riesemberg, autor de "Eu não matei Charles Bronson" (conto "pescado" na rede mundial de computadores e reproduzido e comentado nesta Coluna no dia 09 de outubro de 2009) recebo o livro "Grafias Noturnas" (publicado pela editora Biblioteca24x7, especializada em escritores iniciantes), uma coletânea de 21 contos em que são abordados problemas e defeitos da humanidade tais como intolerância (destaque do conto "O guarda-chuva"), ganância (tema do conto "O botão"), e tantas outras mazelas, e tudo isso "mergulhado" num ambiente sobrenatural que confere à obra uma singularidade que funciona como estímulo à leitura até o final do livro.

Em "A luta do século", aqui em destaque, a desonestidade e a capacidade da maioria dos seres humanos de fazer de tudo para "passar por cima" do próximo é abordada através de "El Toro", o "peso mosca" que se aproveita do vampirismo para "ganhar força" e derrotar "pesos pesados" nos ringues mais famosos do mundo. No ambiente da "grande luta", ele já tem no currículo quatro lutas vencidas por nocaute, e se prepara para a quinta vitória: vai matar o adversário, um campeão mundial dos pesos-pesados com trinta e duas lutas e trinta e duas vitórias, vinte e seis das quais por nocaute.

Para narrar a história, o autor brinca com a imaginação do leitor, que a princípio é levado a imaginar que o "peso-mosca", de corpo magro, pele branca e olhos negros, que aguarda no vestiário o momento em que enfrentará um oponente de "cento e oito quilos de músculos e quase um metro e noventa de altura", será trucidado em poucos segundos. O próprio personagem reforça tal possibilidade ("Será uma luta rápida e limpa"), e até com muita pretensão, às vistas de quem acompanha o seu momento ("Nocaute no primeiro ou segundo round".). Na sequência, o recurso do vampirismo (da prática de "sugar as forças de pessoas indefesas") mostra a verdadeira face, não somente do personagem (que usa da desonestidade para derrotar o adversário), mas do conto em si, que na realidade trata de um assunto bem mais amplo do que a simples luta do "gigante" contra o vampiro: a disposição de milhares de "seres humanos" de recorrer às piores práticas para "se dar bem na vida", mesmo sabendo que o fim a que chegarão tem a feição das trevas.

O livro "Grafias Noturnas" pode ser adquirido através do site www.biblioteca24x7.com.br.

Ao autor, nossos votos de muito sucesso, e uma informação: o jornal A União - nos seus quase 117 anos de existência (foi fundado no dia 02 de fevereiro de 1893, no governo de Álvaro Machado), é conhecido e reconhecido nacionalmente como um "Jornal Escola", e por isso sente-se honrado em poder contribuir com a divulgação de obras de quem se dispõe a enveredar pelo mundo da literatura.