domingo, 24 de janeiro de 2010

Filmes, filmes, filmes

A Onda (Die Welle) : O meu top 1 da semana é este fabuloso filme alemão, refilmagem de uma produção de 1981 feita para a TV, e baseado em um episódio real. Um professor precisa aplicar um curso de Autocracia para uma turma do colegial, e propõe uma experiência, criando um pequeno regime ditatorial na sala de aula. Através de seus argumentos, os alunos acabam abraçando a ideia e passam a viver em um microcosmo do nazismo, com direito ao uso de uniforme, símbolo e uma saudação especial, mas as coisas vão longe demais. O filme tem um grande suspense e propõe uma inteligente discussão política. O único defeito é que o roteiro mostra que tudo aconteceu em apenas uma semana, sendo que seria necessário muito mais tempo para atingir aquelas proporções. Ainda assim, um grande filme. Como curiosidade, há uma brasileira naturalizada alemã no elenco: a loirinha Cristina do Rego, que interpreta Lisa. (5 estrelas em 5)



O Fantástico Senhor Raposo (The Fantastic Mr. Fox) : Genial animação baseada no livro infantil de um dos meus autores preferidos (Roald Dahl), inusitadamente dirigida por Wes Anderson. Não poderia sair nada melhor. Uma das melhores animações já produzidas, com um ótimo roteiro, ricos personagens, ritmo frenético e um lindo visual. (5 estrelas em 5).



Sherlock Holmes : Às vezes o diretor Guy Ritchie faz umas porcarias, mas quando ele acerta a mão, temos que reconhecer. Confesso que achei que a sua versão de Sherlock Holmes ficaria um saco, mas o filme que assisti é bastante fiel ao universo do personagem e ainda tem uma trama sobrenatural, envolvendo um vilão que é uma cruza de Hitler com Drácula, que muito me satisfez. Há cenas típicas guyritchieanas, como as lutas e as explosões em câmera lenta, que impressionam. E Robert Downey Jr. forma uma dupla tão legal com Jude Law, de modo que eu poderia assistir sem reclamar a mais umas duas aventuras deles nos próximos anos. (4 estrelas em 5)


Harry Potter e o Enigma do Príncipe (Harry Potter and the Half Blood Prince) : Eu assisti assim que acabei de ler o livro, e tive aquela mesma sensação que sinto em todos os filmes da série: a falta de detalhes e a grande velocidade com que tudo acontece. Mesmo assim, me surpreendi com muitas coisas, principalmente com as liberdades artísticas do diretor, que inseriu muitas cenas que não estavam no livro e modificou tantas outras. Provavelmente é o melhor da série. A idade dos atores, agora incompatíveis com a dos personagens (o que é mais visível no caso do Rony, que está muito mais forte do que deveria) acabou me tirando parte da atenção, e achei que ficou faltando aquela sangrenta batalha final que está no livro, mas o professor Slughorn é tão mais interessante que o do papel, que compensou os problemas. (4 estrelas em 5)



Tá Rindo do Que? (Funny People) : Com uma surpreendente atuação de Adam Sandler, este novo trabalho do diretor Judd Apatow traz mais uma vez aqueles conflitos de homens adultos infantilizados, estabelecendo uma boa dinâmica entre humor e drama. Sandler interpreta um comediante famoso que começou a carreira fazendo stand up comedies (ou seja, uma personificação dele mesmo na vida real) que descobre estar com uma doença incurável. Deprimido, contrata um iniciante Seth Rogen para lhe escrever algumas piadas, com quem faz amizade. Até 1:30 h de duração, Funny People é isso, de uma forma muito satisfatória. Porém, o roteiro segue caminhos inesperados e cria um segmento demasiadamente longo, envolvendo o personagem de Eric Bana, que quase estraga todos os momentos bons que o filme apresentara. Uns cortes nestes trechos não fariam mal, ainda mais porque o filme tem quase 2:30 h de duração. (4 estrelas em 5)



Os Homens que Encaravam Cabras (The Men Who Stare at Goats) : Um esquadrão do exército americano com soldados dotados de poderes paranormais? Esta premissa poderia gerar uma boa ficção científica, mas não é o caso. Fizeram uma comédia, com um grande elenco, e aparentemente baseada em fatos reais! Com George Clooney, Ewan McGregor, Jeff Bridges e Kevin Spacey, o filme mostra como o exército apoiou a criação de um departamento que desenvolveria as habilidades psíquicas dos soldados para que estes pudessem fazer coisas como parar o coração de uma pessoa apenas com o olhar, ficar invisíveis, atravessar paredes e descobrir o paradeiro de desaparecidos usando só a intuição. O elenco está muito afiado, principalmente Clooney e Bridges, este como o oficial que deu início às experiências, depois de passar anos entre os hippies. Pena que o roteiro não tenha uma estrutura interessante. Desperdício de uma boa premissa e de ótimos atores! (2 estrelas em 5)



Anticristo (Antichrist) : Mais uma extravagância de Lars Von Trier, que aqui apresenta um casal que acabou de perder o filho pequeno e cujo marido leva a esposa para uma cabana na mata, a fim de tratá-la do seu sofrimento causado pela culpa. O começo é muito bom, com o personagem de William Defoe fazendo vários exercícios de psicoterapia com a mulher. Porém, lá na cabana começa a surgir muita simbologia envolvendo animais e crueldades, com cenas realmente incômodas (para dizer o mínimo). Confesso que talvez eu não tenha entendido tudo, o que é frustrante. Porém, é um filme que, apesar das bizarrices, tem um trabalho de atores e cenas fortes o bastante para manter o interesse do espectador até o fim. (3 estrelas em 5)



Os Normais 2 : Que saudades da série de TV! Aquele humor inteligente e ágil foi substituído por um fiapo de roteiro que traz várias aventuras desconjuntadas e muito besteirol estúpido. Culpa também da péssima direção, demonstrada já na totalmente sem graça cena inicial, com Rui e Vani cantando uma interminável versão de Living La Vida Loca. A impressão que dá é a de que juntaram uns cinco dos piores episódios da série e tentaram amarrar em um só. Além disso, há racismo, misoginia e o final é puro água com açúcar. Apesar de tudo, não há o que reclamar do elenco. (1 estrela em 5)


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