quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Críticas curtas

Comentários breves sobre alguns filmes que assisti ou revi recentemente, previamente publicados no Filmow:

127 Horas
Muito bom! Simples, criativo e emocionante, com uma ótima trilha sonora e grande atuação de James Franco. A cena que teria feito pessoas desmaiarem no cinema não é tão forte. E ninguém deveria rotular esta obra como um filme "claustrofóbico", e muito menos compará-lo com aquela porcaria de Enterrado Vivo. A direção e a edição são tão criativas que sempre surpreendem com cenas inspiradas, as quais nem deixam transparecer que a história se passa em apenas um ambiente, com um personagem sozinho. 127 Horas é, antes de tudo, uma reflexão sobre a necessidade humana de manter união com os semelhantes. Sem dúvida, um dos melhores trabalhos do diretor.

Bravura Indômita
Com belas locações e muito bom humor, o filme mostra-se como um dos melhores exemplares de faroestes modernos, apoiado principalmente pela doçura dos seus personagens. Destaco a participação de Josh Brolin, muito diferente de Onde Os Fracos Não Têm Vez, e de Barry Pepper, irreconhecível. Mas todos os outros atores também estão muito bem, em papéis memoráveis. Uma aventura adorável, que só assume seu lado sombrio nas últimas cenas.

Viver e Morrer em Los Angeles
Na época, Michael Mann acusou os produtores de plagiarem, com este filme, a série Miami Vice, que ele produzia. Mas quando Mann fez o longa Miami Vice, em 2006, acabou usando muitos elementos vistos neste filme. Provavelmente um dos melhores dos anos 80, Viver e Morrer em L.A. é bastante violento, corajoso e pouco convencional. Envelheceu muito pouco, e seus maneirismos oitentistas apenas tornam esta produção mais charmosa.

Chinatown
Esta foi a homenagem definitiva aos film noir. Filme sombrio, violento e cheio personagens de moralidade duvidosa. Nicholson está perfeito, em uma atuação com poucos exageros, e sempre dizendo falas engraçadas. A cena da faca no nariz é uma das mais impressionantes que já vi em um filme. Enfim, um dos melhores de Polanski - o que não é pouco para quem fez O Bebê de Rosemary, Mcbeth e O Pianista. Chinatown foi bastante "imitado" pelo seu próprio criador no seu mais recente trabalho, O Escritor Fantasma.

O Cemitério Maldito
Revisto mais de 20 anos depois, o filme continua ótimo. Assusta, diverte, prende a atenção, tem um roteiro inteligente e, na minha opinião, um dos trabalhos de direção mais criativos que já vi no cinema, envolvendo as cenas com o bebê e com o gato. A participação do Herman, da série Os Monstros, é deliciosa. De defeitos, apenas a má atuação e a (falta de) dinâmica do casal principal. Fora isso, tudo se encaixa, incluindo a trilha sonora dos Ramones e a ponta de Stephen King.

Primer
Um daqueles filmes fascinantes que, por mais que não se tenha certeza se está entendendo, você sabe que está gostando. Na verdade até dá para compreender tudo, ou quase tudo, até certo momento. Porém, depois de determinada cena, acompanhar o filme é mais difícil que resolver uma prova de cálculo. Torna-se inevitável revisitar a obra várias vezes, e ir fazendo anotações para depois discutir teorias com os amigos. Produção inteligentíssima e à frente de seu tempo, que renderia uma série de 10 temporadas se fosse bem explorada, mas que aqui está condensada em pouco mais de 1 hora de filme. É uma espécie de Donnie Darko sem frescuras, elevado à décima potência.

O Escritor Fantasma
Um suspense perfeito. Polanski em sua melhor forma, criando tomadas inesquecíveis como a passagem do bilhete de mão em mão e o plano final. Além disso, o humor em pequenas doses estabelece um ótimo balanço com a tensão geral do longa.

Um Lugar Qualquer
É parecido demais com lost in Translation, da mesma diretora, e inclusive há cenas quase idênticas. É sensível, mas não chega nem perto da qualidade daquele.

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