domingo, 22 de novembro de 2009

Vampiros do Século 21

Neste ano tive duas ótimas surpresas no quesito "filmes de vampiros." Não por acaso, produzidas bem longe dos Estados Unidos. A primeira veio da Suécia, com Deixa Ela Entrar, que está estreando no Brasil. E ontem tive o prazer de prestigiar o excepcional Sede de Sangue (Thirst), que deve chegar aos cinemas brasileiros em janeiro de 2010.

Dirigido pelo coreano Chan-wook Park (de Oldboy), o filme é tudo o que uma produção sobre vampiros deve ser nos dias de hoje. Além de ter um ótimo roteiro (quem é fã da trilogia da vingança, do diretor, sabe que a inteligência do espectador nunca é subestimada) e um grande elenco, é possível que se faça uma leitura totalmente humana dos dramas vivenciados pelos trágicos personagens. Algo que eu procurei fazer no conto No Bordel, Depois da Meia-Noite... do meu livro Grafias Noturnas.

Mas esse caráter filosófico-existencialista do filme não tira o foco dos vampiros, representando-os conforme quase todas as convenções do gênero: a necessidade de sangue, a vulnerabilidade ao sol e a super-força estão presentes (não há sinais de dentões), mas sempre trazendo grande originalidade ao apresentá-los (ou seja, não espere clichês).

No filme, Sang-Hyun é um padre que se submete a experiências científicas na tentativa de se encontrar uma cura para um vírus mortal. Assim ele é contaminado, e ao receber uma transfusão de sangue, acaba por se tornar um vampiro. Desta forma, terá que se virar nos 30 para se alimentar sem matar ninguém.

Além de todos os conflitos que enfrenta pela sua atual condição, ele acaba se envolvendo com uma mulher casada, que também se transforma em vampiro e mostra-se extremamente cruel ao caçar seu alimento. Na verdade já falei demais. Quanto menos se souber a respeito, melhor, pois o filme é cheio de reviravoltas.

Além disso, a direção de fotografia é soberba. Cada fotograma do filme poderia ser emoldurado e pendurado em uma galeria de arte. Sem falar nos impressionantes efeitos especiais: comedidos e extremamente realistas.

Enfim, uma obra-prima. Os filmes de vampiros que surgirem a partir de agora têm uma responsabilidade enorme (bem que o Gus Van Sant poderia aceitar aquele convite para dirigir Eclipse e finalmente salvar a irritante série baseada nos livros de Stephenie Meyer).


3 comentários:

  1. hummm bem interessante, espero conseguir encontrar por aqui esse Sede de Sangue para assistir.
    Bom o seu desejo sobre o Eclipse não rola mais, é o cara do 30 dias de noite que esta dirigindo. Você gostou do 30 dias de noite?
    O Gus Van Sant seria uma boa pedida mesmo, ele fez vários filmes bons e diferentes.

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  2. Nem assisti o 30 Dias..., pois pelo que sei é mais um exemplar descartável. Vc acha que devo arriscar? Quanto à série Crepúsculo, eu nem levava mesmo a sério que o Van Sant dirigiria algum: o público desses filmes não entenderia nada, hehehe. Quando tiver chance, não perca Sede de Sangue, ainda mais se você curtiu Deixa Ela Entrar.

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  3. Olha não sei se você deve arriscar (gosto é tão relativo), eu peguei na locadora faz uns 2 anos já achando que era um lixo e acabei gostando bastante - até o visual achei bem interessante, os extras do DVD mostram as técnicas de filmagem e foi bem trabalhoso filmar tudo a noite e com neve falsa, achei que ficou bem feito.

    Nossa rsss eles não iam entender, bom o público não parece muito exigente mesmo.

    Vou procurar o Sede de Sangue sim, aqui tem 2 cinemas que passam filmes mais alternativos.

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