terça-feira, 30 de novembro de 2010

Resultado da promoção (agora é sério)

Olá, pessoal! Agora, sim, chegou a hora de conhecermos o ganhador do livro A Dança da Morte, de Stephen King, que o blog Grafias Noturnas sorteou sem nenhum patrocinador. O livro, portanto, era da minha coleção pessoal, da qual estou me desfazendo aos poucos, através de sorteios.

Antes de tudo, deixo aqui um agradecimento enorme a todos que participaram. Com esta promoção pude notar melhor o amor que, como eu, vocês nutrem pelo mestre Stephen King.

E também quero dizer que ainda teremos mais uma promoção em 2010, e que são vocês que decidirão qual será o prêmio (vote na enquete aqui ao lado direito). Assim, se você não teve sorte agora, não desanime: fique esperto!

Chega de mistério. O vencedor - na verdade, vencedora - do livro é a Giuliana Martins, de Curitiba - PR. Parabéns!

Parabéns também para a Alana, que ganhou o livro Grafias Noturnas (de minha autoria), conforme já foi divulgado no post anterior.

Amanhã os prêmios seguem pelos Correios.

Um abraço, e bons sonhos!

Resultado da promoção (atualizado)

UPDATE

Creio que todos os leitores deste blog, como grandes fãs de Stephen King, devem adorar aquele suspense de roer as unhas, não é? Você está com o coração saltando pela boca? Suor escorrendo pela testa? Mãos tremendo?

Pois saiba que o Grafias Noturnas não se responsabiliza por quaisquer danos físicos ou mentais causados em seus seguidores!

Ok, mas como não sou tão cruel assim, vou parar de fazer tortura.

Já temos o nome do sorteado (ou sorteada).

E o sortudo (a) que ganhou o livro Grafias Noturnas, de autoria deste que vos escreve, é...

...

É uma mulher!

E o nome dela é...

(tchãn tchãn tchãn tchãn)

Alana Romano Silveira (vulgo: Vulnavia Phibes), de Três Marias - MG

Parabéns!!!

E não esqueçam! Ainda hoje será realizado o sorteio do livro A Dança da Morte, de Stephen King (ok, eu sou cruel mesmo!)

Até loguinho!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Dossiê Stephen King no cinema parte III (1995-2010)

The Mangler (1995)

Dirigido pelo célebre Tobe Hooper (de O Massacre da Serra Elétrica) e estrelado por Robert Englund (o Freddy Krueger), o conto The Mangler já tinha uma premissa ridícula, sobre uma máquina industrial de dobrar roupas possuída pelo demônio (!). Mas o filme consegue ser pior, revelando-se uma comédia involuntária. Teve uma arrecadação pífia nos cinemas, mas de tão engraçado, o tempo o está transformando em cult.


Eclipse Total (1995)

Depois do Oscar por Louca Obsessão, a atriz Kathy Bates volta para o universo de King, neste drama de suspense baseado no livro Dolores Clairbone, comandado por Taylor Hackford - diretor que, dois anos depois, faria O Advogado do Diabo. Foi bastante elogiada pela crítica esta história de uma jovem que volta para sua pequena cidade natal, onde sua mãe foi presa acusada de matar uma velha para quem ela trabalhava como empregada. Na época do lançamento, só mesmo os fãs sabiam que era baseado em King, pois é mais um daqueles filmes dramáticos, que fogem do habitual entre suas adaptações.


A Maldição (1996)

Baseado no romance A Maldição do Cigano, o filme tem uma premissa interessante, sobre um sujeito obeso que passa a ficar cada dia mais magro, e descobre que isso vai seguir até ele desaparecer. Os primeiros dois terços até são legais, mas a qualidade desse filme não condiz com outros do mesmo diretor Tom Holland, como A Hora do Espanto e Brinquedo Assassino. Se realmente tivesse sido desenvolvido por Steven Spielberg, como havia um projeto no início dos anos 90, certamente teria ficado melhor.


Voo Noturno (1998)

Apesar de relativamente pouco conhecido, e comandado por um diretor mais desconhecido ainda (Mark Pavia), este filme é considerado por fãs como uma das melhores adaptações do autor – inclusive mantendo o caráter pouco simpático do protagonista, como era na história original. Baseado em um conto de Pesadelos e Paisagens Noturnas, apresenta um vampiro piloto de avião que, entre um pouso e outro, toca o terror com as vítimas. Dos filmes menores, é um dos mais interessantes.


O Aprendiz (1998)

No segmento Aluno Inteligente, do livro Quatro Estações, um garoto descobre que seu velho vizinho é um procurado ex-carrasco nazista, que vive escondido sob um nome falso. Uma adaptação para o cinema começou a ser filmada em 1987, mas depois de já haver 40 minutos de material pronto, o projeto teve que ser abandonado por falta de recursos. Todo este curioso projeto dos anos 80 é cercado de muito azar, pois dois atores escalados para viver o nazista morreram durante as negociações. E um ano após a interrupção das filmagens, em 1988, os produtores até tentaram aproveitar o trabalho pronto e retomar o projeto, só que o ator que faria o garoto, que tinha 17 anos, já havia crescido demais e estava muito diferente. Ou seja, todo o serviço foi realmente perdido. Mas em 1995, quando os direitos do texto voltaram para King, Bryan Singer (que mais tarde faria X-Men) procurou o autor para adquiri-los, e finalmente o filme saiu do papel. Bastante elogiado, e vencedor de algumas premiações, o Apt Pupil de Bryan Singer diminuiu a violência do conto e acabou se transformando em um filme um tanto lento. Ainda assim, só a atuação de Ian McKellen já faz o resultado valer uma conferida.


À Espera de um Milagre (1999)

Frank Darabont repete a fórmula de Um Sonho de Liberdade, adaptando mais esse drama de prisão, baseado em uma série de pequenos livros que, mais tarde, foram lançados como um romance. Fez enorme sucesso de bilheteria e foi indicado a quatro Oscar, incluindo o principal. É o filme preferido de muita gente.


Lembranças de um Verão (2001)

Simpática adaptação da noveleta Hearts In Atlantis. Tem Anthony Hopkins no papel de um misterioso forasteiro que muda a vida de um menino e de sua mãe viúva. O diretor foi Scott Hicks, que já havia sido indicado ao Oscar por Shine - Brilhante em 96. É uma história bem sentimental, daqueles que fazem chorar no fim, mas que também tem seu lado fantástico. Quanto à relevância da obra, os críticos se dividem, mas os fãs de King adoraram.


O Apanhador de Sonhos (2003)

Famoso por ter sido o livro que King escreveu quando se recuperava de um atropelamento, é possível que Dreamcatcher tenha sido levado às telas para se aproveitar da publicidade que recebeu na época. Dirigido pelo oscarizado Lawrence Kasdan, a produção teve, de longe, o mais alto orçamento entre todas as adaptações do autor ($ 68 milhões) e contou com grande elenco. Porém, tenta narrar em duas horas uma história de quase 900 páginas, incluindo a amizade de um grupo de amigos da infância até tornarem-se adultos, os super-poderes que desenvolvem, a relação dos personagens com um menino deficiente que se revela paranormal, e um ataque alienígena. O material era próprio para uma trilogia, mas essa salada toda em apenas um filme ficou indigesta, e O Apanhador de Sonhos foi outra decepção nas bilheterias.


Janela Secreta (2004)

Um escritor é assombrado por um caipira que o acusa de plágio. Foi dirigido por David Koepp (mais famoso como roteirista de filmes como Homem Aranha e O Quarto do Pânico) e estrelado por Johnny Depp e John Turturro, sendo que este foi indicado ao Oscar como melhor ator coadjuvante. Uma das melhores adaptações, e entre as mais altas bilheterias arrecadadas. Baseado em um segmento do livro Depois da Meia-Noite.


Montado na Bala (2004)

Publicado mais tarde no livro Tudo É Eventual, de 2002, o conto Montado na Bala ficou famoso em 2000, por ter sido o primeiro trabalho literário a ser comercializado por via digital (o leitor fazia o download de um capítulo e tinha que depositar 1 dólar para King – caso não houvesse um mínimo de pagantes, ele não escreveria o resto!). O caso é, inclusive, um dos fatos mais marcantes do início da história da Internet, pois os leitores pagaram, e isso comprovou o potencial lucrativo da rede. Era de se esperar, portanto, que aproveitassem toda a publicidade e fizessem um filme. O problema é que o conto até é bom, mas definitivamente não está entre os melhores do autor. No livro Tudo É Evental havia histórias infinitamente melhores, mas os produtores quiseram filmar a mais famosa, com a perspectiva de ganhar mais dinheiro. Azar o deles: Montado na Bala foi um dos maiores fracassos da história do cinema, rendendo míseros $ 130 mil de arrecadação nos EUA (em média, as adaptações do autor rendiam $ 26 milhões). Filmado por Mick Garris, de Sonâmbulos, traz a história de um rapaz que, com pressa para ir ver sua mãe no hospital, acaba pegando uma carona à noite, e descobre que o motorista é um garoto que já morreu. É medíocre e um pouco arrastado, mas não é tão ruim como as bilheterias faziam acreditar.


1408 (2007)

Baseado em outro conto do livro Tudo É Eventual, 1408 é sobre um quarto de hotel mal assombrado. E não é só a premissa que lembra a de O Iluminado: o filme é claramente inspirado no clássico de Kubrick. O diretor é o sueco Mikael Håfstrom, em seu segundo trabalho em solo americano. Ele fez um filme mais focado no terror psicológico, e conseguiu extrair uma boa atuação de John Cusack. Mas como é difícil não comparar com O Iluminado, 1408 acaba sendo meio apagado entre as adaptações de Stephen King – apesar de estar longe de ser fraco.


O Nevoeiro (2008)

Frank Darabont já havia provado ser ótimo para adaptar as histórias de King que se passam em prisões, então ele resolveu mudar e filmar este conto do livro Tripulação de Esqueletos, sobre um grupo de pessoas que fica ilhado em um supermercado depois que um misteriosa névoa chega à cidade, trazendo monstros gigantescos. Resultado: um dos melhores filmes de terror da década! Ainda que o orçamento tenha sido pequeno e alguns efeitos especiais deixem a desejar, o cineasta teve talento de sobra para estabelecer uma excelente dinâmica entre os personagens, e coragem para mudar o final da história – deixando-o muito mais chocante e sombrio. Uma pena que essa ouadia não ajudou nas bilheterias e a produção foi um fracasso de público - mas o próprio Darabont reconhece que este é seu melhor trabalho.


Sede de Vingança (2009)

Baseado no conto Dollan´s Cadillac, do livro Pesadelos e Paisagens Noturnas, que por sua vez é baseado no conto O Barril de Amontillado, de Edgar Allan Poe. É a história de um professor que, depois de ter a esposa assassinada por um gângster, elabora um audacioso plano de vingança. Dirigido pelo jovem e desconhecido Jeff Beesley e com Christian Slater e Wes Bentley no elenco, é um típico filme da geração de imitadores-de-Tarantino-sem-o-mesmo-talento. Muitos fãs gostaram, mas a verdade é que é um filme cheio de defeitos, que empolga muito pouco.


Enfim, muitas histórias do mestre já ganharam vida nas telas. É um universo e tanto! E neste dossiê constam apenas as produções feitas para o cinema - portanto ficaram de fora os filmes feitos para a TV e séries, como It, The Stand, A Tempestade do Século, além de episódios de Além da Imaginação (dos anos 80), entre outros. E é claro, sempre haverá mais filmes. Atualmente esta sendo rodado From a Buick 8, por Tobe Hooper, que deverá ser lançado em 2011.

Ah, sim, e também me recusei a incluir O Passageiro do Futuro (The Lawnmower Man, 1992), que apesar de ser um bom filme, não tem nada a ver com o conto de King - apenas o título.

Obrigado a todos que prestigiaram esta coletânea de informações do Grafias Noturnas. Se você gostou, comente, torne-se um seguidor e recomende o blog!

E para finalizar, uma lista com os 10 filmes baseados em King para se ver antes de morrer:

Carrie, A Estranha (Brian De Palma, 1976)
O Iluminado (Stanley Kubrick, 1980)
Creepshow (George Romero, 1982)
A Hora da Zona Morta (David Cronenberg, 1983)
Conta Comigo (Rob Reiner, 1986)
Cemitério Maldito (Mary Lambert, 1989)
Louca Obsessão (Rob Reiner, 1991)
Um Sonho de Liberdade (Frank Darabont, 1994)
À Espera de Um Milagre (Frank Darabont, 1999)
O Nevoeiro (Frank Darabont, 2008)

Um abraço, e bons sonhos!

Leia também a parte 1 e a parte 2 do dossiê King no Cinema.

domingo, 21 de novembro de 2010

Dossiê Stephen King no cinema parte II (1987-1994)

Creepshow 2 (1987)

Em 1987 foi lançada a continuação de Creepshow, mas sem Romero na direção. No lugar dele entrou Michael Gornick, que havia sido diretor de fotografia do primeiro filme. Contando com três histórias de King, sendo apenas uma delas baseada em um conto seu (A Balsa, do livro Tripulação de Esqueletos), Creepshow 2 diverte, mas não tem a mesma genialidade do primeiro. Destaque para a última história, O Caroneiro, sobre uma senhora da alta sociedade que, viajando sozinha à noite, passa a ser perseguida por um zumbi a quem ela atropelou (é baseada em um episódio de Além da Imaginação). No início e no final do filme, bem como nos intervalos entre os segmentos, há um desenho animado, bem feitinho, que resgata aquele clima das histórias em quadrinhos da EC Comics. Com um orçamento visivelmente mais baixo que o do primeiro filme, e sem a mão de Romero, até que Creepshow 2 não decepciona. Mas é mais infantil, e não chega nem perto de causar os sustos do original.


O Sobrevivente (1987)

Este é mais um daqueles filmes que algumas pessoas se surpreendem quando descobrem que foi baseado em King. Adaptado de uma história escrita sob o pseudônimo Richard Bachman, O Sobrevivente sofreu muitas deturpações e acabou sendo transformado em um filme de ação, com Arnold Schwarzenegger como protagonista. Trata-se de uma ideia bem interessante, muito copiada hoje em dia, sobre um reality show do futuro em que os concorrentes precisam escapar com vida de uma série de armadilhas mortais e de assassinos fantasiados. King não gostou, afirmando que transformaram seu conto de caçada humana em um filme tipo Rambo. Mas O Sobrevivente diverte e tem um clima legal de histórias em quadrinhos. O orçamento foi bem alto para a época, cerca de $ 30 milhões – o maior entre todas as adaptações de King até então.


Cemitério Maldito (1989)

Em 1989, dois anos depois da última adaptação de Stephen King chegar às telas, foi a vez de Pet Sematary ganhar um filme. O livro, baseado no conto A Pata do Macaco, é uma das coisas mais pesadas que o autor já escreveu, sobre um médico que se muda para o interior e descobre um cemitério indígena que tem o poder de reviver quem lá for enterrado. O filme, dirigido por Mary Lambert, não fez feio e é até hoje uma das melhores adaptações de King. O casal principal de atores é bastante morno, mas atuações como a de Fred Gwynne (o Herman da série Os Monstros, aqui como o velho vizinho), e até a do gato da família, fazem tudo valer a pena. O sucesso foi tanto que a bilheteria ultrapassou a de Conta Comigo, transformando-se no filme mais bem sucedido até então, entre todos os baseados em King. Teve uma continuação inferior em 92, com a mesma diretora, mas sem nenhuma ligação com o mestre.


Contos da Escuridão (1990)

No ano seguinte estreou esta produção dividida em quatro histórias, que era para ter sido Creepshow 3, mas sofreu algumas mudanças. A base é praticamente a mesma, mas aqui foi homenageada a série televisiva Tales From de Darkside (1983-88), e não os quadrinhos. No filme, um menino que será cozinhado por uma dona de casa (interpretada pela cantora Deborah Harry) conta a ela três histórias, para ganhar tempo. Apenas a segunda, The Cat From Hell, é baseada em King (a primeira é uma versão de um conto de Conan Doyle), mas o destaque mesmo vai para Lover´s Vow, sobre um artista plástico que testemunha uma estranha criatura cometer um assassinato, e precisa guardar segredo para garantir sua vida. A produção contou com um grande elenco, como Christian Slater, Steve Buscemi e Juliane Moore.


A Criatura do Cemitério (1990)

Ainda em 1990, chegaria aos cinemas esta produção baseada na pequena história O Turno da Noite, do livro Sombras da Noite. O conto é um dos mais claustrofóbicos de King, sobre um grupo de empregados que, obrigados pelo patrão escravagista a fazer hora extra, acabam descobrindo uma raça de gigantescas ratazanas mutantes em seu ambiente de trabalho. Uma das adaptações mais fracas do autor, ainda que conte com bons momentos e a participação de Brad Dourif.


Louca Obsessão (1991)

Em 1991, o diretor Rob Reiner, que já havia comandado o excepcional Conta Comigo, levou ao cinema o livro Angústia (Misery), obtendo mais uma vez um resultado excelente. Kathy Bates ganhou o Oscar como a psicopata fã número um que mantém seu escritor predileto em cativeiro, obrigando-o a escrever um novo livro. Melhorando vários pontos do romance, o filme transformou-se em um clássico do suspense. Ao ser interrogado sobre como filmar direito uma história de King, Reiner disse que os diretores erram quando tentam extrair do papel apenas sangue e violência. Sábias palavras! Como resultado, Misery bateu o recorde de bilheteria de Cemitério Maldito, tomando o posto da adaptação do autor mais bem sucedida nos cinemas.


Sonâmbulos (1992)

Com roteiro do próprio King, Sonâmbulos traz a história de um estranho casal (mãe e filho), com características humanas e felinas, que chegam a uma cidade pequena em busca de uma virgem para lhes servir de alimento. Com uma abordagem sobre a perda da inocência que lembra a da série Crepúsculo, o filme tem uma boa produção, com alguns efeitos especiais interessantes, mas não causou muito impacto.


A Metade Negra (1993)

Livro bem curioso da bibliografia de King, The Dark Half é a adaptação de uma lenda do folclore alemão, trazendo um escritor assombrado pelo próprio... pseudônimo! George Romero, mais uma vez, ficou encarregado de filmar a história, mas aqui ele não mostra aquela sua genialidade, e entrega um trabalho bem convencional. Destaque negativo para o vilão, George Stark, que era a coisa mais interessante do livro e aqui ficou bastante apagado. Afundou nas bilheterias naquele ano de 1993, tendo custado $ 15 milhões e arrecadado menos que $ 10 mi.


Trocas Macabras (1994)

Este filme de 1993 é mais um bom exemplar das adaptações do autor, trazendo a história de um misterioso forasteiro que abre uma loja em uma pequena cidade, vendendo tudo o que cada morador do local sonha possuir. Mas o preço não é em dinheiro: é em más ações. Com cenas violentas, mas sem esquecer do bom humor dos livros de King, Trocas Macabras diverte e ainda tem um ótimo elenco, encabeçado por Max Von Sydon e Ed Harris. Não chega a ser um grande filme, mas em vista da maioria das adaptações, merece algum destaque.


Um Sonho de Liberdade (1994)

Mas em 1994, um filme baseado em um dos segmentos do livro Quatro Estações foi a primeira adaptação de King a ter chances reais de ganhar um Oscar de melhor filme. O diretor Frank Darabont já havia estreado sua carreira adaptando um conto do autor, no curta A Mulher no Quarto, quando ainda era estudante. E logo em seu primeiro trabalho para o cinema, com Um Sonho de Liberdade, conseguiu sete indicações ao Oscar, do qual saiu de mãos abanando (puro azar: naquele mesmo ano concorriam Forrest Gump e Pulp Fiction). Além disso, Um Sonho de Liberdade foi mal nas bilheterias, já que a indicação só veio depois que o filme já tinha sido exibido ao público. Ainda assim, é considerado pela crítica como um dos melhores filmes do cinema. Na época ninguém desconfiava que fosse uma história de Stephen King (e muita gente ainda hoje nem desconfia), já que não apresenta nada de sobrenatural. Trata-se de um tocante drama de prisão, com Tim Robbins e Morgan Freeman.

E no próximo post, a terceira e última parte do Dossiê King, com os filmes produzidos entre 1995 e 2010 - provavelmente uma das melhores safras, ainda que traga aquele que foi o maior dos fracassos de público!


Clique para ler a parte 1 (de 1976 a 1986)

sábado, 20 de novembro de 2010

Dossiê Stephen King no cinema (1976-1986)

O nome de Stephen King é um dos mais conhecidos no mundo todo. Seus mais de sessenta livros são best sellers em todos os países em que foram lançados, e a maioria deles foi adaptada ao cinema. E é disso que vamos falar hoje: das adaptações de King para as telas. Algumas são excelentes, outras nem tanto, e há também aquelas que são umas belas porcarias.

Carrie, a estranha (1976)

Stephen King passou parte de sua vida dando aulas de literatura para adolescentes e trabalhando em uma lavanderia para sustentar a família. Foi sua esposa quem retirou da lata de lixo o manuscrito de Carrie depois que ele já havia cansado de receber "Não" das editoras para a publicação. Porém, depois de finalmente conseguir realizar seu sonho de publicá-la, outro jovem talentoso sentiu o potencial da história para o cinema e resolveu levá-la às telas. Brian De Palma era o nome desse cineasta, que com ideias muito boas e um orçamento apertadíssimo, conseguiu a proeza de filmar um dos melhores filmes de terror da história e ainda revelou talentos como John Travolta e Sissy Spacek. King não poderia ter um melhor começo nas telas.


O Iluminado (1980)

Stanley Kubrick folheava livros e mais livros em busca de material para seu próximo filme, atirando na parede os que não lhe interessavam. Sua secretária ficou feliz da vida quando o lendário diretor de 2001 e Laranja Mecânica finalmente gritou "É esse!" com um exemplar de O Iluminado nas mãos. Alguns anos depois, com o filme finalizado, muita gente ficou contentíssima com o resultado, menos King. A produção foi grande sucesso de bilheteria e de crítica, mas o autor não gostou de Kubrick ter eliminado o aspecto sobrenatural da história, transformando os fantasmas que assombram o hotel Overlock em mera paranóia e efeitos do alcoolismo. Criticou também a escalação de Jack Nicholson para o papel principal. "Ele vinha do filme Um Estranho no Ninho e o público já o identificava como louco desde o começo, o que faz perder toda sua descida à insanidade", disse. Kubrick rebateu, dizendo que O Iluminado não era um livro sério, mas que tinha gostado da estrutura da história. Apesar das discussões entre os artistas, que ocorreram desde quando o roteiro estava sendo escrito (Kubrick telefonava de madrugada para King para perguntar coisas como "Você acredita em Deus?"), O Iluminado é um dos filmes mais assustadores de todos os tempos, com cenas clássicas e uma atuação imortal de Nicholson. Era o que os investidores precisavam para confirmar King como sinônimo de sucesso no cinema.


Creepshow (1982)

Stephen King nunca escondeu que sua grande inspiração para a escrita foram as revistas de histórias de terror em quadrinhos da E.C. Comics, que ele lia na infância. Em 82 ele juntou-se ao diretor George Romero, que já tinha grande experiência em filmes de terror, e a dupla resolveu inovar: desenvolver uma produção com várias histórias curtas, dando ao público a sensação de estar dentro de uma daquelas revistas. Extremamente divertido e original, Creepshow mostra Romero em sua melhor forma, e foi o próprio King quem escreveu o roteiro. O escritor até mesmo atua na história "The Lonesome Death of Jordy Verrill”, como um fazendeiro bobalhão que se dá mal ao tocar um meteorito. Cheio de humor negro e sustos, o filme é uma verdadeira homenagem para os fãs de terror. Com mais este sucesso, o ano seguinte seria inundado por nada menos que três adaptações de King para o cinema.


Cujo (1983)

O diretor Lewis Teague manteve a tradição de se fazer bons filmes baseados em King, e desenvolveu uma tensa e claustrofóbica história sobre uma mãe e o filho pequeno presos em um carro e acuados por um gigantesco São Bernardo com raiva. Uma produção barata e eficiente, como muitos filmes de terror que fizeram bastante sucesso na época. Quase sem mostrar sangue, Teague colocou os nervos da plateia à prova.


A Hora da Zona Morta (1983)

O diretor canadense David Cronenberg vinha de uma leva de filmes nojentos e perturbadores, como Os Filhos do Medo, Scanners e Videodrome. Seu envolvimento com o projeto deixou King com a pulga atrás da orelha, pois a frieza do cineasta talvez não funcionasse na história de um professor que começa a prever o futuro depois de sofrer um acidente de carro e permanecer por cinco anos em coma. Mas tudo deu certo no final: o ator Cristopher Walken faz um belo trabalho como o protagonista, e o filme não é tão sinistro, apesar de ter a cara de Cronenberg. Destaque para o clímax, quando o vidente descobre que a eleição de um carismático candidato (Martin Sheen) vai levar o mundo a um desastre nuclear.


Christine, o carro assassino (1983)

Foi aqui que começaram os problemas. Christine, o livro, traz a história de um rapaz que compra um velho Plymouth Fury 1958 e o reforma, sem saber que o carro está possuído pelo fantasma de seu velho dono. O cineasta John Carpenter, ao invés de seguir o livro, resolveu mudar e eliminou o fantasma, atribuindo ao próprio carro os sentimentos de ódio que o fazem matar pessoas. "Falhei", disse ele mais tarde, reconhecendo o erro. Apesar de ter sido a primeira grande decepção entre as adaptações de King, Christine tem bons momentos, como quando o automóvel surge em chamas perseguindo suas vítimas pela rua.

Colheita Maldita (1984)

Um segundo duro golpe em King. Baseado em um breve conto do livro Sombras da Noite, a história não era grande o bastante para dar origem a um filme, tornando a produção arrastada e, até então, com a menor bilheteria entre as adaptações do autor. Apesar disso, o filme originou uma imensa onda de continuações, uma pior que a outra, a maioria lançada diretamente nas locadoras.

A Incendiária (1984)

E para coroar a má fase, tivemos A Incendiária, com uma fraquinha Drew Barryore, ainda criança, no papel de uma menina que consegue causar incêndios apenas com o poder da mente. Depois de já termos visto a cena do baile em Carrie, chega a ser ridículo aqui, a garota tendo seus cabelos esvoaçados enquanto se concentra para o ataque. E o vilão é um velho de quem nunca ficamos sabendo quais suas reais intenções para com a menina. A partir daí sempre havia a dúvida quando se anunciava uma nova adaptação de Stephen King: será que o filme é bom ou mais uma bomba?


Olhos de Gato (1984)

Felizmente Stephen King se uniu mais uma vez ao diretor de Cujo para, novamente, ele próprio escrever o roteiro de um filme dividido em histórias. Desta vez todas estão ligadas pela figura de um gato, e temos um pouco daquela magia vista em Creepshow. O destaque é para o segmento “Ex-Fumantes Ltda”, do livro Sombras da Noite, com James Woods no papel de um fumante inveterado que contrata uma empresa com métodos bem peculiares para tirá-lo do vício.


Bala de Prata (1984)

Pegando carona nos filmes de lobisomens depois do sucesso Um Lobisomem Americano em Londres, de John Landis, Bala de Prata traz, curiosamente, o jovem Corey Haim em uma história que lembra Os Garotos Perdidos, em que atuaria dois anos depois (mas então com vampiros). É um filme divertido, que não teve grande retorno nas bilheterias. Mas também, convenhamos: aquele padre não tem cara de padre nem aqui nem no fim do mundo, não é? E, de fato, nenhum filme sobre Homens Lobo conseguiu chegar perto do filme de Landis.

Comboio do Terror (1986)

E então King, insatisfeito com o resultado dos últimos filmes, resolveu ele mesmo levar uma de suas histórias ao cinema, sentando na cadeira de diretor. O problema é que ele fez o mesmo erro que já haviam cometido em Colheita Maldita, esticando um pequeno conto do livro Sombras da Noite, no qual os veículos e outras máquinas se voltam contra os humanos. Sua falta de experiência atrás das câmeras contribuiu para o fracasso da empreitada, resultando na pior bilheteria entre todas as adaptações. Mas pelo menos a trilha sonora do AC/DC é legal.

Conta Comigo (1986)

Preocupados com os desastres nas bilheterias, os produtores resolveram simplesmente esconder o nome de King dos créditos do próximo projeto, até mesmo porque esta seria a primeira adaptação de uma história de não-terror do autor. Baseado no segmento O Corpo, do livro Quatro Estações, Conta Comigo é uma tocante fábula sobre o fim da infância, baseada nas memórias do próprio Stephen King, e que revelou o talento do jovem River Phoenix. Com uma excelente trilha sonora dos anos 50 e um assustador vilão, interpretado por um Kiefer Sutherland ainda adolescente, Conta Comigo conquistou o coração do público e arrebatou uma excelente bilheteria. Poucas pessoas não conhecem a histórias dos quatro meninos que partem em uma jornada para procurar o cadáver de um menino que foi atropelado por um trem.

E foram assim os primeiros dez anos de livros do mestre sendo levados ao cinema. Esse dossiê continua em uma próxima edição, com os filmes entre 1987 e 1994, que tiveram ótimos exemplares, como Cemitério Maldito e Louca Obsessão.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Predadores

Em 1987, O Predador fez sucesso misturando terror com os típicos exemplares de ação da época. Naquele filme, o diretor John McTiernan (Duro de Matar) colocou um time de grandalhões armados, liderados por Arnold Schwarzenegger, em plena floresta da Guatemala sendo caçados por uma versão alienígena dos brucutus humanos (e o monstro era interpretado por Jean-Claude Van Damme vestindo uma roupa de borracha, acredite!).

Se aquela produção impressionava pela estranheza do inimigo, bem como pela violência, aos poucos o monstro foi perdendo seu impacto, já que esteve presente no inferior Predador 2 (1990) - que substituiu soldados por policiais em uma Los Angeles futurista - e nos péssimos Aliens vs Predador 1 e 2.

Predadores (2010) é uma volta ao mundo dos temíveis monstros, que já não parecem meter tanto medo como nos anos 80. Produzido por Robert Rodriguez e dirigido por Nimrod Antal (Temos Vagas), a produção ao menos estabelece mais semelhanças com o filme com Schwarzenegger, pois volta à selva com um grupo de soldados e mercenários lutando para não virar presas dos bichos.

Com ação incessante, Predadores lembra bastante o ritmo dos divertidos filmes do gênero produzido nos anos 80 (e tenho certeza que, se tivesse sido feito naquela época, traria como protagonista algum fortão, e não o magrelo Adrien Brody - aliás, uma escalação que me surpreendeu!).

Mas o filme está muito mais para uma imitação de Lost, com seus personagens que não se conhecem e não sabem por que foram jogados naquele lugar, sendo perseguidos por criaturas perigosas, encontrando outros humanos misteriosos que estão lá há mais tempo, e caindo em armadilhas.

A impressão é a de que o filme é um amontoado de pequenas cenas de ação: A) fulano em queda livre sem conseguir abrir o paraquedas; B) beltrano tentando escapar de um atirador oculto na mata; C) ciclano correndo de uma espécie de cachorro assassino, etc. A boa notícia é que as cenas são legais, e mantêm o interesse no filme. Há até uma luta de espadas entre um oriental e um predador, que evoca os filmes asiáticos.

Estão presentes os velhos clichês, é claro, como o frágil médico que não se encaixa no grupo e mais tarde revelará a verdadeira identidade, mas ao menos os personagens não são eliminados na ordem que poderíamos prever, e volta e meia surge alguma outra surpresa na tela, como alianças inesperadas e a participação especial de um ator conhecido.

Assim, com pouco mais de 1 hora e meia, Predadores garante um ótimo e rápido divertimento, ainda que não passe de um descartável filme de ação que traz predadores como coadjuvantes.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

O Nevoeiro

Depois de 3 anos desde o lançamento, revi O Nevoeiro (The Mist, de 2007), e pude comprovar que o cineasta Frank Darabont entregou um dos melhores filmes de terror da década.

Adaptação de um longo conto do livro Tripulação de Esqueletos, o filme trata o texto original com muita fidelidade, e ainda consegue melhorar muita coisa que Stephen King criou. Na história original o verdadeiro terror não era das misteriosas criaturas que surgiam de dentro da cortina branca que invade o mundo, e sim dos próprios seres humanos que ficam confinados em um supermercado - o que é mantido nesta adaptação.

Com atores que parecem ter nascido para encarnar os personagens, O Nevoeiro serve como um estudo sobre como as pessoas reagem quando confinadas e ficam sob a tensão do medo e da morte. A fanática senhora Carmody, papel da ótima Marcia Gay Harden, é um dos grandes destaques da produção: vilã inesquecível, que ganha seu lugar de honra entre os maiores monstros do cinema.

Os efeitos especiais são fracos, mas apenas no início. Conforme o filme anda, eles vão ficando mais convincentes.

Mas é impossível falar de The Mist sem comentar sobre seu polêmico final. Talvez alguns não tenham gostado, mas é a conclusão mais perfeita que se poderia fazer. O livro termina de forma aberta, sem uma real conclusão. Já o filme é bem cruel e trágico, mas que apenas deixa a história ainda mais forte.

Sobre o final, Frank Darabont comentou: "Eu teria o dobro do orçamento se tivesse optado por outro fim". Cara corajoso esse! Pena que ele pagou caro por não arredar o pé: o filme foi um fracasso nas bilheterias, e até hoje o diretor não voltou a trabalhar para o cinema. Mas já está mais que provado que ele é o homem certo para adaptar a obra de Stephen King às telas.

sábado, 13 de novembro de 2010

A Hora do Pesadelo 2010 - um horror!

Os filmes da série original costumavam me tirar o sono quando eu era criança, mas esta nova versão de A Hora do Pesadelo fez o contrário: me deu sono!

Com um roteiro extremamente amador, no qual os personagens contam para os outros aquilo que acabamos de ver acontecendo na tela, e efeitos de computação que envergonham os truques mecânicos do filme de 84 e suas sequências, este remake até tinha ideias legais que poderiam enriquecer a mitologia por trás de Freddy Krueger - mas elas não chegam a ser bem desenvolvidas.

Algo que poderia ter sido melhor aproveitado foi a presença do ótimo ator Jackie Earle Haley no papel de Freddy, mas a maquiagem impede que possamos ver as caras e bocas do vilão, fazendo com que o personagem seja apenas chato - ao contrário daquele encarnado por Robert Englund na série original, que era cheio de energia e humor negro. Esse novo Freddy, aliás, ficou muito parecido com a Fera daquele seriado A Bela e a Fera estrelado pelo Ron Perlman.

E do elenco de adolescentes, duvido que alguém se revelará um Johnny Depp no futuro.

A história do passado de Freddy, pouco explorada nos filmes antigos (creio que apenas no sexto filme vemos o personagem sem maquiagem, antes de ser queimado) até desperta interesse, mas sua conclusão é muito idiota. A cena em que ele é queimado vivo pelos pais das crianças dá uma baita vergonha, e chega a ser hilária. Onde já se viu o fogo se espalhar daquele jeito sem que ninguém tenha jogado algum combustível por todo o chão? E como é que chegamos a sentir pena de um personagem que deveria apenas inspirar medo?

Contando ainda com baboseiras inacreditáveis, como gente que dorme enquanto está na piscina em uma competição de natação, e dois jovens encontrando facilmente um esconderijo que ninguém descobrira há vários anos, o novo A Hora do Pesadelo é embaraçoso para quem é fã dos filmes velhos. Tem um ou dois bons momentos (imitados do filme de 84), mas que não valem o dinheiro da locação. Prefira rever o original.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Patrícia Gennice

Dos longas de Felipe M. Guerra, "Patrícia Gennice" é o mais antigo, gravado em 1998. Pois agora a primeira grande produção amadora do cineasta gaúcho foi relançada com uma nova edição, o que representa um grande presente para os fãs.

O filme apresenta-se como uma versão juvenil do clássico Depois de Horas, de Martin Scorsese, e com orçamento de R$ 150,00. Aqui o infeliz Lucas (interpretado por Fabiano Taufer) consegue marcar um encontro com a guria do título, que é tida como a mais gostosa de Carlos Barbosa, e que nunca nenhum cara conseguiu pegar. Ela é uma verdadeira lenda, portanto, e o protagonista não medirá esforços para aproveitar sua grande chance.

Mas é claro que as coisas não saem como o planejado.

"Patrícia Gennice" se passa durante uma noite de aventura e terror, quando o personagem enfrenta todo o tipo de situações bizarras para chegar ao seu destino, que é a casa da moça. Alguns episódios que Lucas protagoniza são bem humorados, e outros bem violentos, incluindo um ataque gay no banheiro, assaltos, tiroteios, tortura, encontros com traficantes, capangas, um assassino de aluguel e até com o diabo (no caso, uma diaba).

Nem precisa dizer que o resultado é incrivelmente divertido, sendo que os defeitos técnicos apenas reforçam a diversão do público. Alguns dos momentos mais engraçados são os diálogos que tiveram que ser legendados, já que é impossível entender o que os atores falaram. E é ótimo que a obra nunca se leve a sério, como nos momentos em que o rapaz toma atitudes bestas como interromper sua jornada pela noite para entrar em um suposto clube de strip-tease, ou para contar sua história para estranhos que encontra na rua.

Com ritmo frenético, o filme tem todas aquelas características que vemos nas outras produções de Felipe M. Guerra, como a metalinguagem (o protagonista constantemente fala com o espectador), as referências ao mundo do cinema, os litros de sangue falso e a trilha sonora cool. Aliás, o tema macabro no piano, usado em De Olhos Bem Fechados, de Kubrick, caiu muito bem aqui.

Tenho que aplaudir a grande produção, e neste caso a palavra "grande" se refere à grande quantidade de atores, e à disposição dos envolvidos, que devem ter virado noites e noites (frias) para concluir as gravações. Sem contar que os pacatos moradores barbosenses devem ter estranhado e muito a movimentação dos cineastas.

Pecando apenas por não desenvolver um final melhor (a sensação que fica é que a produção foi terminada às pressas, apesar que sinto que a intenção foi apenas fechar a história de um modo diferente), Patrícia Gennice é tudo o que se espera de um trash movie com cara de cult: bizarro, sangrento, engraçado, informal e extremamente divertido.

Tijolos


Minha vó conta essa história, que aconteceu no tempo da juventude dela, e resolvi compartilhar com vocês.

Em uma pequena vila, no interior do Paraná, um grupo de religiosos buscava arrecadar fundos para a compra de tijolos que serviriam para a construção de uma capela para São Benedito.

Muitos moradores ajudavam com o pouco que podiam, visto que a maioria dos habitantes do local era muito fiel ao santo. Porém, houve um homem, a quem vamos chamar de Jacó, que se recusou a ajudar. Ele estava jogando caxeta em frente a um bar quando foi abordado pelos voluntários da igreja.

- Eu não vou dar meu dinheiro pra capela nenhuma! – gritou, chamando a atenção de todos em volta, já que ele era alguém que teria condições de ajudar.

Alguns dias depois houve um temporal na região. Quase todas as casas foram atingidas, e muitos perderam tudo o que tinham. Durante a tempestade, o velho Jacó teve um ataque do coração e morreu.

No dia seguinte, quando a família foi construir o túmulo para o homem, não havia material de construção em lugar nenhum para pronta entrega, pois a destruição causada pelo temporal havia acabado com os estoques das lojas das redondezas.

E assim, para construir o túmulo, a família do falecido teve que emprestar da igreja os tijolos que estavam sendo arrecadados para a construção da capela.

domingo, 7 de novembro de 2010

Promoção Stephen King

No mês de novembro, o blog Grafias Noturnas sorteará um grande título do mestre do terror, Stephen King: A Dança da Morte. Para concorrer, basta ser seguidor do blog e informar, pelo e-mail luizrie@hotmail.com, o interesse em participar da promoção. Sorteio no dia 30 de novembro. Boa sorte!

Aclamado pela crítica e pelo público, A Dança da Morte (The Stand) traz a visão de Stephen King para o fim do mundo, quando um vírus mortal espalha-se pela terra, deixando milhões de mortos. É neste cenário desolado que os sobreviventes tomam partido entre o Bem e o Mal (Editora Objetiva, 944 páginas).

Plágio

O texto do blog http://placecozy.fashionblog.com.br/85065/A-hist-ria-do-Halloween/ foi plagiado daqui: http://grafiasnoturnas.blogspot.com/2010/10/historia-do-halloween.html

Assim fica fácil ter um blog, né? Mas tudo bem, já denunciei a criminosa.