domingo, 28 de fevereiro de 2010

Prêmio Comuna FC


A Ana Cristina Rodrigues e a comunidade de Ficção Científica no Orkut, compilaram uma lista (trabalho digno de entrar para os trabalhos de Hércules) com a grande maioria dos lançamentos de FC, Terror, Fantástico e Fantasia nacionais, de 2009.

Os candidatos são os seguintes:

Em papel

Romances/Novelas

Além da Terra do Gelo (Victor Maduro – Independente)
Alma e Sangue 1 (Nazarethe Fonseca – Aleph – reedição)
Alma e Sangue 2 (Nazarethe Fonseca – Alpeh)
Anjo de Dor (Roberto Causo – Devir)
O arqueiro e a feiticeira (Helena Gomes – Idea – reedição)
A batalha do Apocalipse (Eduardo Spohr – NerdBooks – reedição)
Crepúsculo Vermelho (Laura Maria Elias – Mythos)
Crônica dos Senhores do Castelo (Gustavo Brasman – Independente)
Deixando de existir (Goulart Gomes – Livro.Com)
Dias da Peste (Fábio Fernandes – Tarja)
Dragões de Éter 2 (Raphael Draccon – Leya)
O Elo (Marcello Salvaggio e Valerio Oddis Jr – Isis)
Ethernyt (Marson Alquati – Giz)
A fome de Íbus (Albarus Andreos – Giz – reedição)
Guardiões do Tempo (Nelson Magrini – Giz)
O inimigo do mundo (Leonel Caldela – Jambô – reedição)
Kaori (Giulia Moon – Giz)
Kara e Kman (Nazarethe Fonseca – Tarja – reedição)
Kymaera ((Helena Gomes – Jambô)
O livros de Laios (Jorge Tavares – Novo Século)
O livro de Iazmein (Jorge Tavares – Novo Século)
O que o olho vê (Carlos Orsi – Scarium Fantástica)
Padrões de Contato (Jorge Calife – Devir – reedição)
Relíquia (Gustavo Drago e Nana B. Poetisa – Biblioteca 24×7)
Tempo das Caçadoras (Miguel Carqueija – Scarium Fantástica)
A Travessia (Roberto Causo – Hiperespaço)
A tríade ((Helena Gomes – Idea)
Vale dos Elfos (Atila Siqueira – Biblioteca 24×7)
O vampiro da Mata Atlântica (Martha Argel – Idea)
Vinganças de Sangue (Kampos – CBJE)
Xochiquetzal (Gerson Lodi-Ribeiro – Draco)

Antologias de autor

AnaCrônicas (Ana Cristina Rodrigues – A1)
Antologia do Absurdo (Victor Melloni – Clube dos Autores)
Contos do navegador (John Dekowes – Booklink)
Grafias Noturnas (L. F. Riesemberg – Biblioteca 24×7)
A Ira dos Dragões e Outros Contos (Estus Daheri – Arte & Letra)
A mudança das estações (Susana Lorena – Multifoco)
Um salto na escuridão (Henry Evaristo – Clube de Autores)
A Sete Palmos (Waldick Garret – Novo Século)
Taikodom: Crônicas (Gerson Lodi-Ribeiro – Devir)
Universo subterrâneo (Danny Marks – Multifoco)

Coletâneas (sublinhadas são as que exigiram contrapartida dos autores de alguma forma)

Alterego (Org. Octavio Cariello – Terracota)
Cartas do fim do mundo (Org. Claudio Brites e Nelson de Oliveira – Terracota)
Contos Imediatos (Org. Roberto Causo – Terracota)
Dias Contados (Org. Ricardo Delfin e Danny Marks – Andross)
Dimensões.br (Org. Helena Gomes – Andross)
Draculea (Org. Ademir Pascale – All Print)
Espelhos Irreais (Org. Ana Cristina Rodrigues – Multifoco)
FC do B 2 (Org. PHB – Tarja)
Fiat voluntas tua (Org. Monica Sicuro e Rubia Cunha – Anthology/Multifoco)
Ficção de Polpa 3 (Org. Samir Machado – Não Editora)
Futuro Presente (Org. Nelson de Oliveira – Record)
Galeria do Sobrenatural (Org. Silvio Alexandre – Terracota)
Imaginários 1 (Org. Tibor Moricz, S. Stockler e Eric Novello – Draco)
Imaginários 2 (Org. Tibor Moricz, S. Stockler e Eric Novello – Draco)
Invasão (Org. Ademir Pascale – Giz)
O livro vermelho dos vampiros (Org. Luiz Guedes – Devir)
Marcas na parede (Org. Hanna Liis-Baxter – Andross)
Metamorfose (Org. Ademir Pascale – All Print)
Pacto de Monstros (Org, Rubia Cunha e Monica Sicuro – Anthology/Multifoco)
Paradigmas 1 (Org. Richard Diegues – Tarja)
Paradigmas 2 (Org. Richard Diegues – Tarja)
Paradigmas 3 (Org. Richard Diegues – Tarja)
Sinistro (Org. Frodo Oliveira – Anthology/Multifoco)
Solarium 1 (Org. Frodo Oliveira – Anthology/Multifoco)
Solarium 2 (Org. Frodo Oliveira – Anthology/Multifoco)

Steampunk (Org,. Gian Celli – Tarja)
Território V (Org. Kizzy Ysatis – Terracota)

Não-ficção

Almanaque Jornada nas Estrelas (Salvador Nogueira e Suzana Alexandria – Aleph)
Anuário Brasileiro de Literatura Fantástica 2008 (Marcello Simão Branco e Cesar Silva – Tarja)
Literaturas Invisíveis (Org. Edgar Nolasco e Rodolfo Londero – UFMS)

Revistas e Zines

FicZine 7
Notícias… do fim do nada
(80-82) Extinto
Revista Lama
Portal Fundação
Portal Solaris
Portal Stalker
Scarium
(n. 25)

Na web

Ebooks

A Deusa dos Vampiros (Adriano Siqueira – Overmundo)
Agente A-5: Segredos e Justiça (Régis Rocha – Afrodinamic Produções)
A Canção do Silêncio
(José Roberto Vieira)
Empadas e Morte (M.D. Amado)
Fantasma na Máquina (Lucio Manfredi – Overmundo – reedição)
As histórias do Barão Otto von Dews 1 (Rita Maria Felix da Silva)
Melhor do Desafio Operário (Org. Ana Cristina Rodrigues – Fábrica dos Sonhos)
Momentos Noturnos (Adriano Siqueira – Overmundo)
O jogo no Tabuleiro (Simone Sauressig)

EZines

Adorável Noite 29-33
Black Rocket 3
Juvenatrix 115-119
Terrorzine 04-16

Sites de Contos

Contos Fantásticos
Estronho e Esquesito
Fontes da Ficção
Letra e Vídeo
O nerd escritor
Terroristas da Conspiração

Sites informativos/resenhas

Adorável Noite
Aguarrás
Biblioteca Mal Assombrada

A Casa das Almas
Cidade Phantástica
Criando Trestálios
Epistemonike Phantasia
Falando de Fantasia
Fantastik
Ficção Científica e Afins
Homem Nerd
Infernoticias
Intempol
Leitura Escrita
Leituras
Livros Fantasia
Mensagens no Hiperespaço
Mundo de Fantas
Museu do Terror
Ponto de convergência
Observatório a Vapor
Portal Cranik
Papo na Estante
Universo Fantástico
Universo Insônia

Microblogs

Edgar Refinetti
Leituras

Colunistas

Antonio Luiz Costa
Raphael Draccon
Roberto de Sousa Causo

Redes Sociais

aoLimiar
Livrus
O Livreiro
Steambook

Para votar, e conhecer esta iniciativa bacana, dê uma chegada no endereço do prêmio no Facebook.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Lançamento: Scarium 26

Conforme eu havia avisado, a Scarium 26 conta com um conto de minha autoria, o já conhecido A Cápsula do Tempo. Segue abaixo o release da revista, disponível no blog http://www.scarium.blogspot.com/


Mesmo diante das adversidade, a Scarium chega à sua 26a. edição. Poucas publicações amadoras, e que tal dizer também comerciais, reais e virtuais, têm esse fôlego sem depender de ajuda governamental ou de um bom patrocinador. Nestas 26 edições tivemos altos e baixo, mas cumprimos bem a proposta da fundação da publicação.


Autores talentosos marcaram presença em nossas páginas. Muitos começaram conosco e ganharam o mundo com livros, filmes e participações em antologias, sustentaram o ideal da Scarium, que não pode morrer ou ser degolada por carrascos das adversidades. É neste ponto que fico radiante e sinto como minha maior conquista como editor, é nisso que mora a riqueza.
Assim a Scarium sempre esteve aberta não se atendo a grupos pequenos. Se deseja participar basta mandar sua contribuição para análise e aguardar, mesmo que a espera seja longa, não precisa de convite, e se deseja adquirir um exemplar basta entrar no nosso portal e escolher o título que desejar.
Gosto do popular, do acesso fácil e universal, sem elitismo, e absorvendo as diversidades literárias. Não julgo o que é bom ou ruim, isto deixo para os leitores, o meu papel como editor é publicar. Claro que não dá para colocar todos, por mais que este seja o meu desejo, do fundo do meu coração!

Nessa edição, a capa é novamente do Gabriel Boz, que sempre marca presença com suas ilustrações belas e contagiantes. Boz também ajudou na seleção dos contos desta edição, como coeditor.


Temos o conto instigante Anudara Diva, o Diabo não mora aqui, de John Dekowes. Planeta Andarilho, de Renato A. Azevedo; Um novo sol para contemplar, de Hugo Vera; Pássaro da Noite, de Ana Cristina Rodrigues; A Cápsula do Tempo, de Luiz Fernando Risemberg; Sonhar é Proibido, de David Melo; Granizo Púrpura em um Céu de Diamantes, de Gabriel Boz e os artigos Steampunk, naves de gerações e seitas, de Edgar Smaniotto e Hellboymania, de Cesar Silva.
Não deixem de acompanhar as edições futuras da Scarium. Convido a todos a participar.

Marco Bourguignon
editor

sábado, 20 de fevereiro de 2010

O Coelhinho da Sorte

Segue o infame conto (na verdade uma redação) que escrevi na faculdade de Letras e que está sendo usado na Utah State University: O Coelhinho da Sorte

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Notícias dos EUA

Semana passada o aluno Travis Skeen, da Utah State University (foto), fez uma apresentação sobre mim em sua aula de literatura brasileira. Como prometido, segue um trecho do e-mail em que ele me conta como foi a apresentação:

Então, a apresentação foi ótima! Nota 10 rsrs. Foi bom que pude perguntar o que te inspirou a escrever aquele conto do Coelhinho da Sorte! A classe estava tentando entender por que o coelhinho teve que morrer assim no final, e ficaram sossegados quando expliquei a razão da morte. Ninguem sabia que você é tão jovem ainda porque a maioria dos outros autores que estamos estudando sao falecidos faz tempo. Então, sei que você nao gosta muito de sua obra do coelhinho da sorte mas não se preocupe, vamos ler mais alguns contos seus ainda!

Para quem não sabe, este conto O Coelhinho da Sorte foi um trabalho de faculdade que acabei publicando na net, sem pretensões, e a professora Cacilda Rego pegou para usar em suas aulas. Creio que neste semestre os alunos ainda lerão A Cápsula do Tempo, A Máquina da Alegria e Eu Não Matei Charles Bronson.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Dica de site: Arquivo de Barreto

Traz vários contos, videos e dicas muito boas. Vale a pena acessar: Arquivo do Barreto

Luto

É com pesar, e até sem acreditar direito ainda, que comunico a morte do escritor Henry Evaristo, autor do livro Um Salto na Escuridão e editor do blog A Câmara dos Tormentos.

Vai com Deus, colega!

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Filmes, filmes, filmes

E cheguei a 31 filmes em 2010. É uma média baixa, mas a qualidade deles está lá em cima. Tudo selecionado a dedo. Os desta semana foram:

O Caçador : Impressionante thriller coreano que já entrou direto para a minha lista de favoritos do gênero, desbancando até mesmo jovens clássicos como Seven. Traz a história de um ex-detetive, que agora trabalha como cafetão, que investiga o desaparecimento de algumas de suas "empregadas". É melhor ir assistir sabendo o menos possível, pois a trama é cheia de reviravoltas e surpresas. Por exemplo, o assassino já é revelado e preso logo no início do filme. Essas viradas inesperadas contribuem para que a experiência seja muito sufocante, pois nunca temos a menor ideia do que acontecerá a seguir, e precisamos literalmente torcer para que as coisas aconteçam como esperamos. O pior é que, como na vida real, elas nem sempre acontecem. Resultado: a produção que mais me tirou o fôlego e me deixou com o coração acelerado em muitos, muitos anos. (5 estrelas em 5)

O Sol por Testemunha : Clássico francês de 1960, estrelado por um jovem Alain Delon. Na verdade você conhece essa história, pois é baseada no mesmo livro de Patricia Highsmith que deu origem ao mais recente O Talentoso Ripley (com Matt Damon e Jude Law). Um ótimo suspense, que envelheceu muito bem. Lindas locações pela Itália, ótima trilha de Nino Rota, e um grande suspense. O final difere do livro e do remake, e foi considerado moralista pela autora - mas é inegavelmente mais surpreendente. Aliás, aqui não tem nada da enrolação do filme novo. Tudo o que funciona em O Talentoso Ripley já havia sido feito perfeitamente bem aqui. (4 estrelas em 5)

O Guia Pervertido do Cinema : Um ótimo documentário, apresentado pelo filósofo e psicalanista esloveno Slavoj Zizek, sobre a psicanálise no cinema. Há cenas de vários filmes, como Psicose, Alien, Matrix, Mulholland Drive e muitos outros. E o que é mais legal - o apresentador surge em cenários parecidos com os destes filmes, como se estivesse lá dentro. Um grande aprendizado (e também uma diversão) para aqueles que amam cinema. (4 estrelas em 5)

Promoção Poe 200 Anos

PROMOÇÃO POE 200 ANOS – CONTOS INSPIRADOS EM EDGAR ALLAN POE.

Crie uma frase com no mínimo três títulos de contos de Edgar Allan Poe, e envie para o e-mail poe200anos@gmail.com. As três frases mais criativas ganharão um exemplar totalmente gratuito e autografado pelos organizadores.

Você poderá criar uma frase como: O Gato Preto de Berenice fugiu para A Casa de Usher. (Ok...essa frase é péssima e eu não ganharia...rs).
Veja o regulamento completo:
http://montenegrofiction.blogspot.com/2010/02/promocao-poe-200-anos.html

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

L.F. Riesemberg apresentado em universidade dos EUA

Hoje recebi um e-mail do estudante norte-americano Travis Skeen, da Utah State Universiy, que amanhã vai fazer uma apresentação a meu respeito e queria algumas informações.

Para quem não sabe, alguns contos do meu livro Grafias Noturnas são usados no curso de Literatura Brasileira da universidade, ministrado pela professora Cacilda Rego. Eu pedi para que eles me informassem a respeito da apresentação, para que eu possa compartilhar com todos vocês.
Abraço!
UPDATE :
Eu estava esperando o Travis me dizer como foi a apresentação, mas ele tem estado bastante ocupado. Portanto, vou postar um trecho do e-mail que ele me mandou antes da apresentação. (Notem que, para um americano escrevendo em Português, ele está muito bem - até melhor que muitos brasileiros, diga-se de passagem...) :
"Entao, a respeito da Cacilda e a aula dela, eh uma aula de literatura brasileira em qual nos lemos e analisamos contos de muitos autores differentes do Brazil. Os autores que a cacilda escolheu sao os preferidos dela eu acredito, entao parabens!! Por que ela leia bastante mesmo, entao eh um honra ser um dos favoritos dela :) Cada estudante no comeco do semestre escolheu um autor sobre qual ia fazer uma curta apresentacao, e eu te escolheu! Que legal! Acho que sou o unico estudante que tem a oportunidade de comunicar direto com seu autor! Hoje estamos discutindo O Coelhinho da Sorte e sei que mais tarde no semestre estamos lendo um outro conto seu..."

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Harry Potter: um breve dossiê


Depois de anos longe dos livros do Harry Potter (eu havia parado no 5º), resolvi comprar os dois que faltavam e, finalmente, dar esse assunto por encerrado. Pois bem, agora sim eu posso dizer que conheço toda a história do bruxinho. É claro que não se pode exigir demais de uma saga que, a princípio, era voltada para crianças, portanto tenho que avaliar como um trabalho bastante satisfatório. Lembro que o primeiro livro, Harry Potter e a Pedra Filosofal, apesar de bem infantil, me pegou de jeito graças às invencionices de J.K. Rowling. Foi uma leitura mágica, na falta de um adjetivo melhor.

Iniciei o segundo, A Câmara Secreta, muito animado, mas me frustrei um pouco. É que é muito perceptível a intenção da autora em situar os leitores que não haviam lido A Pedra Filosofal, então ela faz uso exagerado de flashbacks dispensáveis, lembrando de fatos importantes lá descritos. Isso irrita, e mostra que talvez ela ainda subestimasse o potencial de gerar fãs fiéis com as aventuras de Harry, Rony e Hermione. Fora isso, a segunda aventura é boa, na mesma medida que a primeira.

Mas o grande salto da saga veio em O Prisioneiro de Azkaban. Neste ponto, obviamente Rowling já havia se tocado que seus leitores ou estavam crescendo, ou eram adultos, e então ela investiu em elementos mais sombrios. Foi aqui que os dementadores deram as caras pela primeira vez, deixando a série com momentos dignos de literatura de horror.

O livro seguinte, HP e o Cálice de Fogo, me chamou a atenção por eliminar (ou ao menos diminuir consideravelmente, não lembro direito) as irritantes (na minha opinião) partidas de quadribol. Também era visível o crescente uso da violência, o que faz o leitor realmente começar a temer pela segurança das personagens. Também nota-se que a escritora já está pouco ligando para seu público infantil e prefere lançar uma obra bem maior, com quase 600 páginas, e usar um vocabulário mais apurado.

O quinto livro, A Ordem da Fênix, meio que repete a fórmula do anterior, com uma novidade: a morte de uma personagem importante. Não é à toa que foi neste volume que interrompi a série e fiquei alguns anos sem querer voltar. Já estava cansativo aquele esquema sempre igual, que fazia a história começar na casa dos Dursley, passar o ano letivo em Hogwarts (onde um mistério era resolvido, apesar de que a figura de Voldemort ficava cada vez mais forte), para acabar novamente na casa dos Dursley. Senti que aqui a saga estava perdendo o fôlego.

Depois de anos afastado, é claro que foi gostoso voltar ao universo dos bruxinhos em O Enigma do Príncipe. Tanto que achei um dos melhores da série. Alguns trechos me prenderam para valer, e devorei o livro em alguns dias. Seu final me fez querer logo começar o derradeiro As Relíquias da Morte. E foi aí que, penso eu, a autora mais errou.

Bem, já era mesmo hora de J.K. Rowling parar com aquele esquema que citei. Neste aspecto, a última aventura é ótima, pois finalmente sabemos como é uma história da saga sem trazer as personagens quase o tempo todo na escola de magia. Porém, a autora parece ter ficado um pouco perdida com essa mudança, e desperdiçou uma grande oportunidade de brincar com seus bruxinhos de forma mais criativa, gerando um livro bastante irregular, com longas passagens em que pouca coisa realmente interessante acontece. É claro que há momentos de bastante ação, e a crescente violência que acompanhou a série não vê freios aqui, aumentando significativamente a contagem de corpos. Porém, além de possuir o maior número de situações forçadas de todos os sete livros, Rowling finalmente teve que dar maior espaço para seu vilão Voldemort, e a pouca (ou nenhuma) familiaridade com o lorde das trevas nos seis primeiros livros transparece claramente através dos péssimos diálogos que ele protagoniza, revelando-se um vilão caricato e estúpido. De todos os destinos das personagens, o que mais me agradou foi o de Severo Snape - este, sim, mostrou-se digno da força que manteve ao longo da série. Mas no decorrer das 592 páginas, percebi influências óbvias demais de O Senhor dos Anéis, em situações que empalidecem diante do original. Enfim, um livro cheio de problemas, e talvez o pior da série. Mas afinal, a autora já deveria ter esgotado todas as possibilidades com a turminha, o que é compreensível. E como resistir ao livro depois de anos e anos acompanhando as aventuras de Harry, Rony e Hermione? Além disso, o epílogo é tão legal que faz esquecer quase todos os pecados. Não termina com chave de ouro (pelo contrário!), mas a série vale pelo seu conjunto.

Agora resta saber o que a autora vai aprontar no futuro. Se eu fosse ela, aproveitaria seus inúmeros fãs mais velhos e sedentos de sangue, e escreveria história mais sombrias e violentas.

Filmes, filmes, filmes


Mother : Impecável filme coreano do mesmo diretor de O Hospedeiro. Narra a história de uma mãe que faz de tudo para provar que seu filho deficiente mental é inocente do assassinato de uma garota. Produção bastante envolvente, com grandes atuações e um roteiro perfeito, que faz lembrar a trilogia da vingança de Chan-wook Park. Suspense bastante humano e real, com muito a dizer sobre a nossa alma. (5 estrelas em 5)

Um Homem Sério : O novo trabalho dos irmãos Coen, que concorre ao Oscar 2010. Não sei mais se podemos dizer que os Coen produzem obras "menores", pois cada filme que eles apresentam é grandioso dentro do que se propõe. Não que Um Homem Sério se iguale à grandeza de Onde Os Fracos Não Têm Vez, mas quem acompanha a carreira dos brothers não vai ficar nada insatisfeito. O roteiro nos mostra um sujeito que, aparentemente, foi amaldiçoado por Deus, numa espécie de releitura da história de Jó, da Bíblia. A cada nova cena o protagonista é mais e mais judiado por tudo ao seu redor, e quando temos algum momento de sorte ou esperança, já podemos suspeitar que logo o coitado vai acordar de um sonho. O filme possui aquele habitual humor dos Coen, apesar do clima opressivo. O prólogo e o plano final, cheios de um suspense macabro, são perfeitos. (4 estrelas em 5)

Daybreakers : A premissa é genial - em um futuro não muito distante, 95% da população tornou-se vampira, e os humanos sobreviventes servem como alimento. Os primeiros minutos funcionam surpreendentemente bem, misturando terror, ficção científica e ação. Elementos como a direção feita por dois irmãos (Spierig Brothers) e os humanos fornecedores de sangue evocam Matrix, assim como a inteligência em várias alternativas interessantes. Por exemplo, temos a sensação de ser um film noir às avessas quando observamos um encontro secreto ser marcado ao meio-dia (período em que não há ninguém nas ruas) e o carro estaciona à sombra de uma árvore (onde normalmente ficaria a luz de um poste). Outra coisa legal foi a explicação para as subspécies, já que no universo do filme há tanto aqueles vampirões charmosos como também os mais monstruosos. Sem falar na interessante abordagem humana do vampirismo, fazendo tudo parecer uma alegoria do nosso mundo real (a presença de uma multinacional que controla o fornecimento de sangue não é só uma coincidência). Porém, em determinado momento Daybreakers peca pelos clichês exagerados, com direito a vilões malvados que não têm pena da própria filha ou do irmão, prefirindo caçá-los sem remorso a procurar entender seus conflitos internos. Esses problemas tornam a experiência broxante na segunda metade do filme, mas por sorte a presença de Ethan Hawke e Willen Defoe são empolgantes para não tirar o interesse. (3 estrelas em 5)