domingo, 7 de fevereiro de 2010

Filmes, filmes, filmes


Mother : Impecável filme coreano do mesmo diretor de O Hospedeiro. Narra a história de uma mãe que faz de tudo para provar que seu filho deficiente mental é inocente do assassinato de uma garota. Produção bastante envolvente, com grandes atuações e um roteiro perfeito, que faz lembrar a trilogia da vingança de Chan-wook Park. Suspense bastante humano e real, com muito a dizer sobre a nossa alma. (5 estrelas em 5)

Um Homem Sério : O novo trabalho dos irmãos Coen, que concorre ao Oscar 2010. Não sei mais se podemos dizer que os Coen produzem obras "menores", pois cada filme que eles apresentam é grandioso dentro do que se propõe. Não que Um Homem Sério se iguale à grandeza de Onde Os Fracos Não Têm Vez, mas quem acompanha a carreira dos brothers não vai ficar nada insatisfeito. O roteiro nos mostra um sujeito que, aparentemente, foi amaldiçoado por Deus, numa espécie de releitura da história de Jó, da Bíblia. A cada nova cena o protagonista é mais e mais judiado por tudo ao seu redor, e quando temos algum momento de sorte ou esperança, já podemos suspeitar que logo o coitado vai acordar de um sonho. O filme possui aquele habitual humor dos Coen, apesar do clima opressivo. O prólogo e o plano final, cheios de um suspense macabro, são perfeitos. (4 estrelas em 5)

Daybreakers : A premissa é genial - em um futuro não muito distante, 95% da população tornou-se vampira, e os humanos sobreviventes servem como alimento. Os primeiros minutos funcionam surpreendentemente bem, misturando terror, ficção científica e ação. Elementos como a direção feita por dois irmãos (Spierig Brothers) e os humanos fornecedores de sangue evocam Matrix, assim como a inteligência em várias alternativas interessantes. Por exemplo, temos a sensação de ser um film noir às avessas quando observamos um encontro secreto ser marcado ao meio-dia (período em que não há ninguém nas ruas) e o carro estaciona à sombra de uma árvore (onde normalmente ficaria a luz de um poste). Outra coisa legal foi a explicação para as subspécies, já que no universo do filme há tanto aqueles vampirões charmosos como também os mais monstruosos. Sem falar na interessante abordagem humana do vampirismo, fazendo tudo parecer uma alegoria do nosso mundo real (a presença de uma multinacional que controla o fornecimento de sangue não é só uma coincidência). Porém, em determinado momento Daybreakers peca pelos clichês exagerados, com direito a vilões malvados que não têm pena da própria filha ou do irmão, prefirindo caçá-los sem remorso a procurar entender seus conflitos internos. Esses problemas tornam a experiência broxante na segunda metade do filme, mas por sorte a presença de Ethan Hawke e Willen Defoe são empolgantes para não tirar o interesse. (3 estrelas em 5)

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