terça-feira, 16 de novembro de 2010

O Nevoeiro

Depois de 3 anos desde o lançamento, revi O Nevoeiro (The Mist, de 2007), e pude comprovar que o cineasta Frank Darabont entregou um dos melhores filmes de terror da década.

Adaptação de um longo conto do livro Tripulação de Esqueletos, o filme trata o texto original com muita fidelidade, e ainda consegue melhorar muita coisa que Stephen King criou. Na história original o verdadeiro terror não era das misteriosas criaturas que surgiam de dentro da cortina branca que invade o mundo, e sim dos próprios seres humanos que ficam confinados em um supermercado - o que é mantido nesta adaptação.

Com atores que parecem ter nascido para encarnar os personagens, O Nevoeiro serve como um estudo sobre como as pessoas reagem quando confinadas e ficam sob a tensão do medo e da morte. A fanática senhora Carmody, papel da ótima Marcia Gay Harden, é um dos grandes destaques da produção: vilã inesquecível, que ganha seu lugar de honra entre os maiores monstros do cinema.

Os efeitos especiais são fracos, mas apenas no início. Conforme o filme anda, eles vão ficando mais convincentes.

Mas é impossível falar de The Mist sem comentar sobre seu polêmico final. Talvez alguns não tenham gostado, mas é a conclusão mais perfeita que se poderia fazer. O livro termina de forma aberta, sem uma real conclusão. Já o filme é bem cruel e trágico, mas que apenas deixa a história ainda mais forte.

Sobre o final, Frank Darabont comentou: "Eu teria o dobro do orçamento se tivesse optado por outro fim". Cara corajoso esse! Pena que ele pagou caro por não arredar o pé: o filme foi um fracasso nas bilheterias, e até hoje o diretor não voltou a trabalhar para o cinema. Mas já está mais que provado que ele é o homem certo para adaptar a obra de Stephen King às telas.

4 comentários:

  1. Frank Darabont deve sentir orgulho do final que, em alguns aspectos, ficou parecido com os finais de Além da Imaginação.

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  2. É verdade, Maurício. Aliás, ele deveria sentir orgulho de toda a sua carreira, pois ele nunca fez um filme fraco, e nunca se vendeu à Hollywood. Depois de saber dessa história, me toquei que o seu filme Cine Majestic (sobre um roteirista que se cansa de sempre escrever aquilo que os executivos dos estúdios querem)não é uma hipocrisia.

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  3. Filmaço mesmo, com um dos melhores finais que já vi no cinema. Quero dizer, eu também teria gostado caso o final original tivesse sido mostrado, mas não teria me surpreendido tanto como me surpreendi com esse desfecho. Enfim, o Darabont não fez nenhum outro filme ainda, mas está fazendo sucesso com a produção (e direção do primeiro episódio) do seriado The Walking Dead, que está passando na FOX. Já assistiu, Riesemberg? É excelente, acho que vc vai gostar. Grande abraço!

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  4. É, eu também acho que vou gostar de The Walking Dead, mas ainda não consegui assistir. Abraço!

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