Ademir Pascale: Quais                              foram as principais influências e como foi o início                              de L. F. Riesemberg para o meio literário?
                         
                           L. F. Riesemberg: Acho que o início de                              qualquer pessoa no meio literário começa no dia em                              que ela começa a ler. Eu tive a oportunidade de                              conviver com muitos livros desde a infância, e isso                              foi fundamental para surgir o meu interesse em                              ingressar nesta área. Decidi que queria ser escritor                              quando eu tinha uns 12 anos e já havia lido quase                              todos os romances do Sidney Sheldon que meu pai                              tinha em sua biblioteca. De lá para cá eu me                              preparei, tendo inclusive concluído as faculdades de                              Jornalismo e Letras, e nunca deixei de encarar os                              livros como fascinantes e mágicos. Minha primeira                              influência para a escrita foi o Stephen King, pois                              comecei a ler suas obras ainda na adolescência. Mas                              hoje há outros autores que me comovem muito mais que                              ele: Guy de Maupassant, Jorge Luis Borges, Horácio                              Quiroga, Ray Bradbury, Roald Dahl, Richard Matheson                              e J.G. Ballard são alguns nomes que me chamam a                              atenção, porém estou sempre em busca de outros, que                              possam me interessar ainda mais.
                         
                           Ademir Pascale: Poderia comentar sobre a sua                              recente obra Grafias Noturnas (Biblioteca 24x7)?
                         
                           L. F. Riesemberg: Este é meu primeiro livro                              solo, no qual reuni 21 contos do gênero fantástico,                              escritos entre 2003 e 2009. Vários deles já haviam                              sido premiados em concursos literários pelo país e                              publicados em antologias durante este período.
                         
                           Ademir Pascale: Por que a escolha pelo                              terror?
                         
                           L. F. Riesemberg: Não sei se posso dizer que                              o meu gênero é terror. Prefiro a denominação de                              “fantástico”, pois não escrevo para causar medo e                              espanto. Ao contrário: em meu livro há contos muito                              sensíveis, havendo espaço para o drama e para o                              humor. A questão é que sempre abordo algum elemento                              sobrenatural em minhas histórias, como fantasmas,                              vampiros e demônios. Existe a denominação “Realismo                              Fantástico” para esse gênero, produzido em larga                              escala na América Latina, que pode até descrever                              fadas e monstros, por exemplo, mas como alegorias                              para tratar de temas sérios e muito reais.                              Particularmente, não vejo sentido em uma literatura                              que preocupa-se apenas com o choque e com a                              violência gratuita: disto, o mundo real já está                              cheio, e eu quero que meu trabalho traga algo de bom                              e instrutivo a quem o ler.
                         
                           Ademir Pascale: Como está sendo a                              receptividade dos leitores e a repercussão na mídia?
                         
                           L. F. Riesemberg: A recepção está me                              surpreendendo. Estou longe de ser um campeão de                              vendas, mas noto que muita gente tem se interessado                              pela obra, aprovando sua qualidade e indicando-a                              para os outros. Depois que ilustrei uma reportagem                              em um grande jornal do Paraná, vi que rapidamente                              vários sites já reproduziram o texto, e há gente                              divulgando até em Portugal. O fato de não ter uma                              grande editora para fazer a distribuição e a                              divulgação torna as coisas mais difíceis e                              demoradas, mas eu tenho tanto amor pelo meu trabalho                              que encaro este desafio com muita satisfação e um                              grande sorriso no rosto.
                         
                           Ademir Pascale: Como os interessados deverão                              proceder para adquirir o livro?
                         
                           L. F. Riesemberg: Grafias Noturnas está à                              venda no site                                                          www.biblioteca24x7.com.br. Lá é possível                              comprar a versão impressa ou a virtual, que é                              obviamente mais barata. Para quem não estiver no                              Brasil, pode conseguir pelo site da Amazon. E se                              alguém quiser adquirir comigo mesmo, entre em                              contato pelo e-mail                              luizrie@hotmail.com, pois caso                              eu possua em estoque, terei o maior prazer em vender                              exemplares autografados.
                         
                           Ademir Pascale: É verdade que alguns dos                              contos de Grafias Noturnas estão sendo utilizados em                              salas de aulas de algumas universidades dos EUA?
                         
                           L. F. Riesemberg: Sim, é verdade. A Drª                              Cacilda Rego utiliza três contos incluídos em                              Grafias Noturnas (além de um quarto, que não entrou                              no livro) — os quais eu havia postado na internet há                              algum tempo — para ministrar um curso de Literatura                              Brasileira na Utah State University. Descobri isso                              ao acaso, fazendo pesquisas no Google, e entrei em                              contato com ela. Segundo Cacilda, no Brasil há                              ótimos escritores do Fantástico que não são                              reconhecidos pela crítica, e esse é um gênero que                              gera o interesse de muitas pessoas — até mesmo                              daquelas que não têm o hábito de ler. Por isso, e                              aliado ao fato de ela ter achado meus contos                              “ótimos”, como me confessou, ela os escolheu para o                              curso. Nem preciso dizer como fiquei orgulhoso ao                              saber que, na programação da disciplina, meu nome                              estava entre os de autores como Machado de Assis,                              Graciliano Ramos, J.J. Veiga e Murilo Rubião,                              representando a literatura brasileira para                              estudantes norte-americanos.
                         
                           Ademir Pascale: Por favor, fale mais sobre                              seu conhecimento e suas experiências com o                              espiritismo.
                         
                           L. F. Riesemberg: Nasci em família espírita,                              e sempre gostei muito de estudar a doutrina                              codificada por Allan Kardec, e também de ler obras                              deste gênero. Inclusive há centenas de romances                              mediúnicos (psicografados) que poderiam figurar                              entre os maiores clássicos da literatura mundial,                              caso fossem mais conhecidos pelo público e                              respeitados pelos literatos. É claro que entre eles                              não entram os livros da Zibia Gasparetto, que são                              muito fracos, trazem vários erros doutrinários e,                              infelizmente, são muito populares em nosso país.                              Estou falando de obras como A Vingança do Judeu (de                              J.W. Rochester), ou de qualquer uma psicografada                              pelo Chico Xavier. Quanto às minhas experiências,                              atualmente estou em um grupo de estudos sobre a                              mediunidade, leciono para uma turma de jovens                              espíritas e faço parte da diretoria de um centro em                              minha cidade. A palavra de ordem do espírita é                              “aprender”, e para isso tenho procurado ler,                              frequentar cursos e assistir palestras. Sei que                              ainda há preconceito por parte dos que não conhecem                              a doutrina, que acham que espiritismo é coisa do                              diabo e que todos os médiuns são farsantes, por isso                              eu luto para provar que o espiritismo pode responder                              a todas as perguntas do ser humano e é capaz de                              transformar as pessoas e o mundo em algo muito                              melhor.
                         
                           Ademir Pascale: Existem novos projetos em                              pauta?
                         
                           L. F. Riesemberg: Nesse momento estou                              esboçando um romance, parte autobiográfico e parte                              ficcional, sobre o fim da infância e o início da                              adolescência. Nele haverá muitos ensinamentos que eu                              só pude compreender mais tarde, graças justamente ao                              espiritismo. Minha intenção é fazer com que os                              jovens evitem muitos erros que geralmente são                              cometidos na adolescência, e procurarei abordar                              temas como o uso de drogas, o suicídio e aquela                              perigosa brincadeira chamada “jogo do copo”. Mais                              uma vez será literatura fantástica, mas tratando de                              temas muito reais. Espero que o resultado seja o meu                              “O Corpo” (conto de Stephen King que deu origem ao                              filme Conta Comigo) pessoal. Além deste projeto, eu                              não quero parar de produzir contos, e tenho vontade                              de experimentar a literatura infantil um dia.
                         
                           Ademir Pascale: Quais dicas daria para os                              novos escritores?
                         
                           L. F. Riesemberg: Em primeiro lugar: ler                              muito. Em segundo: ler muito. E em terceiro: ler                              muito. Um escritor que não gosta de ler é a mesma                              coisa que um médico sem diploma. E é muito                              importante que se conheça o maior número possível de                              autores, de todos os estilos, pois às vezes você                              pode escrever algo e acreditar que aquele texto é um                              poço de originalidade, sem imaginar que algum autor                              que você não conhece já fez aquilo mesmo, de uma                              forma muito melhor, há mais de um século. Somente                              assim para alguém escrever bem. Além disso, é                              preciso escrever todos os dias, pois a falta de                              prática atrofia o poder da escrita. E a minha                              experiência demonstrou que a participação em                              concursos literários é uma ótima forma de saber o                              que os outros acham do seu trabalho. Não vale                              perguntar para a mãe se ela gostou do seu conto: é                              preciso ouvir a opinião de alguém neutro, e que                              possua conhecimentos profundos sobre literatura.
                         
                           Ademir Pascale: Onde os interessados poderão                              saber mais sobre L. F. Riesemberg?
                         
                           L. F. Riesemberg: Através do meu blog                                                          grafiasnoturnas.blogspot.com                              e do meu perfil no Orkut. Também podem me escrever                              no e-mail, que terei prazer em responder, conforme                              minha disponibilidade.
                         
                           Perguntas Rápidas:
                         
                           Um livro: Lolita, de Vladimir Nabokov
                           Um(a) autor(a): Ray Bradbury
                           Um ator ou atriz: o argentino Ricardo Darín                           
                           Um filme: O Labirinto do Fauno
                           Um dia especial: O dia em que venci meu                              primeiro concurso literário, o que me deu o gás                              definitivo para optar pela carreira de escritor.
                           Um desejo: O de ter uma vida feliz e de sair                              dela levando apenas boas lembranças.
                         
                           Ademir Pascale: Desejo-lhe muito sucesso em                              suas empreitadas literárias. Um forte abraço.
                         
                           L. F. Riesemberg: Agradeço de coração e                              retribuo os votos. Grande abraço!
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Entrevista para o Ademir Pascale
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o filme: concordo imenso contigo! adoro esse filme, está uma coisa!
ResponderExcluirbjinhos!
É uma obra maravilhosa!
ResponderExcluirOi L.F. Riesemberg!! Obrigada pela visita! Li sobre o seu livro no blog da Celly Borges e estou com muita vontade de ler.
ResponderExcluirQuanto ao seu comentário no meu blog sobre Deixa ela entrar...sobre o livro - pesquisei um pouco antes de fazer o post e não achei nada sobre um possível lançamento no Brasil, espero que com os filmes (esse e o americano) resolvam traduzir - eu não li (e nem comprei) ainda, vi no site da Livraria Cultura em inglês e o original também.
Bom fim de semana!