Pausa para uma citação:
Pra mim, o melhor da Scarium 26, dedicada à FC, é a fantasia: "Cápsula", de Riesemberg; "Sonhar é proibido", de Davi Melo, "Granizo", de Boz.
Do crítico Antônio Luiz da Costa, que escreve na revista Carta Capital.
quarta-feira, 31 de março de 2010
sábado, 27 de março de 2010
Filmes
O Enigma de Outro Mundo : Quando criança, sempre tive medo de assistir a esta produção de John Carpenter, e fiquei com essa lacuna sem ser preenchida, o que me frustava muito. Pois hoje resolvi este problema, já que tanta gente comenta que o filme tornou-se um clássico (na época do lançamento foi fracasso de bilheteria). Minha opinião: não é para tanto. É claro que há um visual muito charmoso, alguns movimentos de câmera interessantes, e o ótimo climão de quadrinhos de sci-fi. Os efeitos também são ótimos, continuando a impressionar depois de tantos anos (nada de CGI, baby - aqui só vemos gosmas reais!). Porém, o filme encontra um grave problema: o roteiro. Bem, talvez nem seja esse o problema, já que não se poderia esperar nada muito diferente da história de um grupo de americanos na Antártida caçado por uma monstruosa criatura alienígena (quase a mesma história de Alien, vale dizer). Mas os diálogos são bem ruins, assim como as tentativas de se explicar alguns fatos cientificamente (A visão da célula canina transformando-se em outra na tela de um ultrapassado computador é hilária!). Os diálogos, risíveis ("O efeito de retro-dispersão tem trazido coisas à tona de muito abaixo da superfície até aqui por um longo tempo. Eu diria que o gelo tem, no mínimo, 100 mil anos"), assim como detalhes (que não são tão detalhes assim). Afinal, qual trabalho os americanos estão fazendo? Os caras só ficam lá na estação deles, sem fazer nada; sabemos que entre eles há um médico, mas eles também têm armas. Kurt Russel, que é o protagonista, é apenas o piloto de helicóptero. E me incomodei por os personagens sempre falarem que o frio é de 40 graus negativos, mas eles nunca parecem tremer, e nem precisam de muitas roupas (apesar disso, gosto do efeito de barba congelada dos atores). Por conta desses vários pequenos problemas, a produção acaba não sendo muito divertida, e custa a passar. Uma pena, pois poderia ter sido, de fato, um clássico. (2 estrelas em 5)
Update: fiz algumas observações no meu comentário logo abaixo, em resposta ao do Mário.
O Mesmo Amor, A Mesma Chuva : um dos meus cineastas preferidos, o argentino Juan Jose Campanella fez aqui a primeira parceria com o ator Ricardo Darín, que viria a se repetir em O Filho da Noiva, Clube da Lua e no oscarizado O Segredo dos seus Olhos. A história começa em 1980, trazendo como protagonista o autor Jorge Pelegrini, que escreve contos para uma revista. O roteiro vai abordar a passagem do tempo até os anos 90, mostrando seus amores, seus medos, suas paixões, seus conflitos e a situação política argentina, muito parecida com a brasileira, que saiu de uma ditadura militar na mesma época e teve que aprender a lidar com a nova realidade. Jorge passa de um escritor idealista e romântico vindo dos anos 70 a um cínico crítico nos anos 90, tendo como par Laura (a atriz Soledad Villamil, que faria novo par com Darín em O Segredo dos seus Olhos), uma garçonete de personalidade forte que quer que ele abandone o emprego na revista, que castra sua criatividade, para dedicar-se aos seus próprios livros. Há muitas cenas engraçadas, e outras que fazem chorar. A música é maravilhosamente melancólica, acompanhando o tema da história. Um filme lindo, para ver e rever, com grandes atuações, e que faz pensar sobre nossa vida. (5 estrelas em 5)
Para título de minhas anotações, cheguei até aqui a 38 filmes vistos em 2010 (grande decepção, temos que melhorar esta média)
Nove Rainhas : E para fechar o final de semana, não pude evitar e revi mais um filme com o ator argentino Ricardo Darin. Pois bem: se sua parceria com o diretor Juan Jose Campanella rendeu até agora 4 obras-primas muito humanas, melancólicas e agridoces, seu trabalho com o cineasta Fabian Bielinski nos brindou com duas obras-primas humanas, satíricas e cheias de suspense, que usam o gênero "filme de golpe" como roupagem. Infelizmente não posso utilizar as palavras "até agora" desta vez, pois esta parceria acabou em 2006, quando Bielinski morreu, aos 47 anos, vítima de infarte em um quarto de hotel em São Paulo. Um desses dois filmes da dupla foi A Aura, sobre o qual já comentei aqui no blog. O outro é este ótimo exemplar do cinema argentino, em que Darin interpreta um golpista profissional que, ao lado de um pupilo inexperiente, se arrisca ao maior golpe de sua vida, que envolve a falsificação de um bloco de selos raríssimos (as Nove Rainhas, do título). Uma produção inteligente, cheia de humor e viradas do roteiro, mas que não se apoia unicamente no gênero policial, investindo no aprofundamento psicológico e nos dramas familiares das personagens. Além disso, com um final realmente inesperado (apesar do público desconfiar de tudo e de todos desde o início). Foi refilmado pelos americanos. (5 estrelas em 5).
Update: fiz algumas observações no meu comentário logo abaixo, em resposta ao do Mário.
O Mesmo Amor, A Mesma Chuva : um dos meus cineastas preferidos, o argentino Juan Jose Campanella fez aqui a primeira parceria com o ator Ricardo Darín, que viria a se repetir em O Filho da Noiva, Clube da Lua e no oscarizado O Segredo dos seus Olhos. A história começa em 1980, trazendo como protagonista o autor Jorge Pelegrini, que escreve contos para uma revista. O roteiro vai abordar a passagem do tempo até os anos 90, mostrando seus amores, seus medos, suas paixões, seus conflitos e a situação política argentina, muito parecida com a brasileira, que saiu de uma ditadura militar na mesma época e teve que aprender a lidar com a nova realidade. Jorge passa de um escritor idealista e romântico vindo dos anos 70 a um cínico crítico nos anos 90, tendo como par Laura (a atriz Soledad Villamil, que faria novo par com Darín em O Segredo dos seus Olhos), uma garçonete de personalidade forte que quer que ele abandone o emprego na revista, que castra sua criatividade, para dedicar-se aos seus próprios livros. Há muitas cenas engraçadas, e outras que fazem chorar. A música é maravilhosamente melancólica, acompanhando o tema da história. Um filme lindo, para ver e rever, com grandes atuações, e que faz pensar sobre nossa vida. (5 estrelas em 5)
Para título de minhas anotações, cheguei até aqui a 38 filmes vistos em 2010 (grande decepção, temos que melhorar esta média)
Nove Rainhas : E para fechar o final de semana, não pude evitar e revi mais um filme com o ator argentino Ricardo Darin. Pois bem: se sua parceria com o diretor Juan Jose Campanella rendeu até agora 4 obras-primas muito humanas, melancólicas e agridoces, seu trabalho com o cineasta Fabian Bielinski nos brindou com duas obras-primas humanas, satíricas e cheias de suspense, que usam o gênero "filme de golpe" como roupagem. Infelizmente não posso utilizar as palavras "até agora" desta vez, pois esta parceria acabou em 2006, quando Bielinski morreu, aos 47 anos, vítima de infarte em um quarto de hotel em São Paulo. Um desses dois filmes da dupla foi A Aura, sobre o qual já comentei aqui no blog. O outro é este ótimo exemplar do cinema argentino, em que Darin interpreta um golpista profissional que, ao lado de um pupilo inexperiente, se arrisca ao maior golpe de sua vida, que envolve a falsificação de um bloco de selos raríssimos (as Nove Rainhas, do título). Uma produção inteligente, cheia de humor e viradas do roteiro, mas que não se apoia unicamente no gênero policial, investindo no aprofundamento psicológico e nos dramas familiares das personagens. Além disso, com um final realmente inesperado (apesar do público desconfiar de tudo e de todos desde o início). Foi refilmado pelos americanos. (5 estrelas em 5).
quinta-feira, 25 de março de 2010
Grafias Noturnas nos EUA
Esta é a turma do curso de literatura brasileira da Utah State University, dos EUA, que estuda alguns dos meus contos em sala de aula. A professora Cacilda Rego está no centro da foto, entre alguns gigantes. E o aluno Travis Skeen, que está fazendo seus trabalhos sobre mim e meus contos, é o de camisa branca de mangas compridas. (Clique para ampliar)
Dica para escrever bem: Livre-se das obrigações!
Nada como fazer algo por puro prazer, por pura diversão. Nada de desempenhar uma tarefa por obrigação, ou pensando nos louros que se poderá obter com ela.
É assim que ando me sentindo ultimamente, após algumas mudanças pelas quais estou passando (algumas internas, mas em breve externas também - quando chegar a hora eu conto tudo).
Bem, tenho acompanhado o caso de Ademir Pascale, e sua história me fez fortalecer ainda mais aquele desejo de livrar-me de certas obrigações. Estou falando de escrever, mas isso vale para qualquer outro assunto.
O Ademir claramente mantém um sonho há anos: o de se tornar um escritor. Na verdade escritor ele já é, como eu, ou você, mas sabemos o que quer dizer "ser escritor" — ou seja, poder sobreviver apenas da venda dos livros. E foi exatamente esse o desejo que cultivei por um período muito, muito longo.
O que aconteceu com ele foi que, após passar dois anos trabalhando em cima de seu primeiro romance, O Desejo de Lilith, e de finalmente conseguir publicá-lo, por uma editora decente, recebi um e-mail seu dizendo que após isso sua vida tornou-se um inferno.
Epa, mas como assim? Não era o sonho do cara? Ou pelo menos o início da realização desse sonho? Estranhei aquilo, e achei que fosse uma brincadeira sua. Afinal, estava sendo anunciado para todos os lados que após apenas vinte dias, já havia se tornado necessário fazer uma segunda impressão do livro.
Mas não era brincadeira. Ele realmente estava muito irritado com algumas críticas que sua obra andou recebendo. Dizia estar sendo injustiçado, vítima de uma conspiração de pessoas que queriam destruir sua carreira literária. Nos e-mails ele escrevia que tinha explodido, e estava inconformado com aquilo, a ponto de estragar sua saúde, creio eu.
Não quero ser fofoqueiro. Aliás, esse assunto nem é novidade entre os fãs de literatura fantástica nacional. Só estou usando o tema para passar uma lição que aprendi recentemente. Continuemos a história.
Li a crítica que tanto havia irritado o nobre colega escritor, e notei que, realmente, é um texto devastador. O crítico, que goza de certo prestígio, simplemente destrói o romance de Ademir. E depois que foi divulgado que o Pascale protestou contra o crítico, mandando e-mails para centenas de pessoas, dizendo-se injustiçado, as coisas pioraram: passaram a taxá-lo de imaturo por não aceitar as críticas negativas, e aí é que começaram a pegar ainda mais pesado.
Neste quesito, não vou tomar partido: não sou realmente um fã do estilo de Ademir Pascale, nem de suas declarações públicas, que sempre me cheiram a vaidade demais. Porém, não li o livro, e não posso afirmar se a crítica tem razão. Confesso que simpatizo com a figura trágica de um sujeito que sonha a vida toda em ser um autor famoso, e antes que isso aconteça a crítica diz que ele não tem talento e o sonho morre aí. Mas também não posso deixar de perceber que a crítica é muito bem fundamentada.
Dúvidas, raiva, discussões... são tantas palavras negativas, sendo que um escritor deveria estar escrevendo por prazer, por amor. O que estraga as coisas é justamente esta necessidade de sucesso, de ser aceito e elogiado. Talvez a necessidade seja a de se obter dinheiro, luxo e tudo mais.
Olha só: se eu escrevo apenas porque gosto, esse lado ruim nunca vai acontecer. Se eu escrevo simplesmente porque essa atividade me satisfaz, vou aceitar as críticas numa boa, e vou usá-las para escrever cada vez melhor.
Entende o que digo?
Livre-se da obrigação de fazer algo que todos têm que admirar. Faça simplesmente porque gosta, porque ama! Quando você desempenhar essa tarefa de forma mais pura e simples, aí sim o sucesso vai começar. De que adianta fazer o que gosta, se aquilo gera discussões, brigas, inimizades?
Essa é a dica de hoje. Digo isso porque deixei de lado aquele desejo enorme de obter sucesso com a escrita, e só vou escrever nos momentos em que realmente a inspiração baixar sobre mim, sem qualquer pressão.
Talvez eu lance mais um livro, mas não sei quando isso vai acontecer. Só de uma coisa eu sei: será um livro leve, sem o peso da cobrança por aceitação e sucesso.
É assim que ando me sentindo ultimamente, após algumas mudanças pelas quais estou passando (algumas internas, mas em breve externas também - quando chegar a hora eu conto tudo).
Bem, tenho acompanhado o caso de Ademir Pascale, e sua história me fez fortalecer ainda mais aquele desejo de livrar-me de certas obrigações. Estou falando de escrever, mas isso vale para qualquer outro assunto.
O Ademir claramente mantém um sonho há anos: o de se tornar um escritor. Na verdade escritor ele já é, como eu, ou você, mas sabemos o que quer dizer "ser escritor" — ou seja, poder sobreviver apenas da venda dos livros. E foi exatamente esse o desejo que cultivei por um período muito, muito longo.
O que aconteceu com ele foi que, após passar dois anos trabalhando em cima de seu primeiro romance, O Desejo de Lilith, e de finalmente conseguir publicá-lo, por uma editora decente, recebi um e-mail seu dizendo que após isso sua vida tornou-se um inferno.
Epa, mas como assim? Não era o sonho do cara? Ou pelo menos o início da realização desse sonho? Estranhei aquilo, e achei que fosse uma brincadeira sua. Afinal, estava sendo anunciado para todos os lados que após apenas vinte dias, já havia se tornado necessário fazer uma segunda impressão do livro.
Mas não era brincadeira. Ele realmente estava muito irritado com algumas críticas que sua obra andou recebendo. Dizia estar sendo injustiçado, vítima de uma conspiração de pessoas que queriam destruir sua carreira literária. Nos e-mails ele escrevia que tinha explodido, e estava inconformado com aquilo, a ponto de estragar sua saúde, creio eu.
Não quero ser fofoqueiro. Aliás, esse assunto nem é novidade entre os fãs de literatura fantástica nacional. Só estou usando o tema para passar uma lição que aprendi recentemente. Continuemos a história.
Li a crítica que tanto havia irritado o nobre colega escritor, e notei que, realmente, é um texto devastador. O crítico, que goza de certo prestígio, simplemente destrói o romance de Ademir. E depois que foi divulgado que o Pascale protestou contra o crítico, mandando e-mails para centenas de pessoas, dizendo-se injustiçado, as coisas pioraram: passaram a taxá-lo de imaturo por não aceitar as críticas negativas, e aí é que começaram a pegar ainda mais pesado.
Neste quesito, não vou tomar partido: não sou realmente um fã do estilo de Ademir Pascale, nem de suas declarações públicas, que sempre me cheiram a vaidade demais. Porém, não li o livro, e não posso afirmar se a crítica tem razão. Confesso que simpatizo com a figura trágica de um sujeito que sonha a vida toda em ser um autor famoso, e antes que isso aconteça a crítica diz que ele não tem talento e o sonho morre aí. Mas também não posso deixar de perceber que a crítica é muito bem fundamentada.
Dúvidas, raiva, discussões... são tantas palavras negativas, sendo que um escritor deveria estar escrevendo por prazer, por amor. O que estraga as coisas é justamente esta necessidade de sucesso, de ser aceito e elogiado. Talvez a necessidade seja a de se obter dinheiro, luxo e tudo mais.
Olha só: se eu escrevo apenas porque gosto, esse lado ruim nunca vai acontecer. Se eu escrevo simplesmente porque essa atividade me satisfaz, vou aceitar as críticas numa boa, e vou usá-las para escrever cada vez melhor.
Entende o que digo?
Livre-se da obrigação de fazer algo que todos têm que admirar. Faça simplesmente porque gosta, porque ama! Quando você desempenhar essa tarefa de forma mais pura e simples, aí sim o sucesso vai começar. De que adianta fazer o que gosta, se aquilo gera discussões, brigas, inimizades?
Essa é a dica de hoje. Digo isso porque deixei de lado aquele desejo enorme de obter sucesso com a escrita, e só vou escrever nos momentos em que realmente a inspiração baixar sobre mim, sem qualquer pressão.
Talvez eu lance mais um livro, mas não sei quando isso vai acontecer. Só de uma coisa eu sei: será um livro leve, sem o peso da cobrança por aceitação e sucesso.
domingo, 21 de março de 2010
Piores do Ano
Assim como o Oscar acabou gerando o prêmio Framboesa de Ouro, ocorreu algo parecido após a criação do prêmio Melhores do Ano da Literatura Fantástica Nacional. Agora também temos o prêmio Piores do Ano, onde concorrem exatamente os mesmos participantes do outro. Acho que é uma forma de protestar contra aqueles votam sem ao menos ler os livros/contos concorrentes, só porque são amigos do autor, ou contra as editoras que desrespeitam os clientes, etc e tal.
Para votar clique aqui: Piores do Ano
Para votar clique aqui: Piores do Ano
Filmes da semana
Shutter Island : É sempre bom ver um diretor experiente como Scorcese na ativa, entregando mais uma produção com a habitual qualidade. Esse Shutter Island é um exemplar típico do cineasta, com muito suspense, ótimos movimentos de câmera e um cuidadoso trabalho com os menores detalhes, sobre uma dupla de policiais que vai até uma ilha onde funciona um hospital psiquiátrico investigar o desaparecimento de uma paciente. Porém, é um filme que chega uns 15 anos atrasado. Sim, pois ele espera que o público seja surpreendido por um final impressionante, como em O Sexto Sentido, ou Clube da Luta, Seven, Os Outros, etc, mas eu matei a charada já nos primeiros 5 minutos. Isso se mostrou decepcionante, já que poderia haver outros elementos dramáticos ou pistas falsas, que prendessem a atenção do espectador mesmo que ele descobrisse o grande segredo do filme. Mas não é o caso. Valeu a pena assistir devido às belas imagens e à atosfera, que inclusive lembra muito O Iluminado, do Kubrick (há uma cena em que surgem crianças mortas dispostas exatamente como as meninas assassinadas do hotel Overlock), mas o roteiro surgiu ultrapassado e simplório. (3 estrelas em 5)
Agora : O cineasta Alejandro Amenábar comprova que não é exatamente um fã da igreja. Se nos seus dois filmes anteriores (Os Outros e Mar Adentro) o espanhol já mostrava que não partilhava das ideias católicas, aqui ele escancara essa visão, nos levando a uma província do Egito, no século IV, onde o saber científico se vê ameaçado pelos constantes conflitos religiosos entre pagãos, judeus e cristãos. E esses últimos não são tratados como perseguidos, mas como uma raça violenta e inquisidora, que não seguia puramente os ensinamentos de Cristo (e que daria origem à igreja católica). Entre tudo isto está a filósofa e astrônoma Hypatia (Rachel Weisz), uma figura real que obteve importantes descobertas astronômicas em seu tempo, e foi considerada bruxa e pecadora. Infelizmente o filme não tem um bom ritmo, já que não foca exatamente em personagem algum, tornando quase tudo desinteressante. (2 estrelas em 5)
Agora : O cineasta Alejandro Amenábar comprova que não é exatamente um fã da igreja. Se nos seus dois filmes anteriores (Os Outros e Mar Adentro) o espanhol já mostrava que não partilhava das ideias católicas, aqui ele escancara essa visão, nos levando a uma província do Egito, no século IV, onde o saber científico se vê ameaçado pelos constantes conflitos religiosos entre pagãos, judeus e cristãos. E esses últimos não são tratados como perseguidos, mas como uma raça violenta e inquisidora, que não seguia puramente os ensinamentos de Cristo (e que daria origem à igreja católica). Entre tudo isto está a filósofa e astrônoma Hypatia (Rachel Weisz), uma figura real que obteve importantes descobertas astronômicas em seu tempo, e foi considerada bruxa e pecadora. Infelizmente o filme não tem um bom ritmo, já que não foca exatamente em personagem algum, tornando quase tudo desinteressante. (2 estrelas em 5)
sábado, 20 de março de 2010
Porra Fandom!
Talvez alguns amigos me apedrejem por eu estar divulgando este endereço, ao invés de estar protestando, ou me calando. Mas a verdade é que é preciso que haja sites especializados em litfan nacional que "cobrem" mais qualidade dos novos autores. Este aqui é genial com seu estilo destruidor, cheio de sarcasmo e ironia. Me desculpem os colegas que já foram "feridos" pelo autor do espaço (e torço para que eu mesmo não seja a próxima vítima), mas "porra, fandom!", há que se reconhecer que esse troço é bem divertido, e corajoso, e necessário.
Além disso, com a facilidade que existe para se publicar hoje em dia já estava até demorando para surgir algo assim. A produção de 2009 foi absurdamente imensa, e mesmo que um ou outro bom livro tenha saído, também viram a luz muitas bobagens. Hoje temos mais autores do que leitores; mais livros do que um público para eles.
Só espero que o site seja coerente com a inteligência de seus criadores, fazendo uma crítica honesta e apontando os verdadeiros defeitos das obras citadas. Não queremos uma espécie de "Pânico na Litfan", capaz de atacar para todos os lados. Há que se criticar quando o trabalho é mal feito, mas também temos que reconhecer quando é bom.
Segue o endereço: http://porrafandom.tumblr.com/
Além disso, com a facilidade que existe para se publicar hoje em dia já estava até demorando para surgir algo assim. A produção de 2009 foi absurdamente imensa, e mesmo que um ou outro bom livro tenha saído, também viram a luz muitas bobagens. Hoje temos mais autores do que leitores; mais livros do que um público para eles.
Só espero que o site seja coerente com a inteligência de seus criadores, fazendo uma crítica honesta e apontando os verdadeiros defeitos das obras citadas. Não queremos uma espécie de "Pânico na Litfan", capaz de atacar para todos os lados. Há que se criticar quando o trabalho é mal feito, mas também temos que reconhecer quando é bom.
Segue o endereço: http://porrafandom.tumblr.com/
segunda-feira, 15 de março de 2010
O Segredo dos seus Olhos
Nesta semana assisti a apenas um filme: o magnífico O Segredo dos Seus Olhos, que rendeu o segundo Oscar de filme estrangeiro para a Argentina. E foi feita justiça, já que o diretor Juan Jose Campanella já devia ter ganhado este prêmio em pelo menos outras três ocasiões: por O Filho da Noiva; por O Mesmo Amor, a Mesma Chuva e por O Clube da Lua.
Só fui conhecer os filmes de Campanella em 2009, e logo de cara me apaixonei. O Filho da Noiva, que foi o primeiro que vi, já entrou direto na minha galeria de favoritos. É um filme que faz rir e chorar (mas rir mesmo, e chorar mesmo! - uma experiência incrível), e isso graças também ao irrepressível elenco, encabeçado pelo ótimo Ricardo Darín (que também se transformou no meu ator favorito).Pois a parceria Darín-Campanella está presente em todas as obras que citei, e não é diferente em O Segredo dos Seus Olhos. A diferença desta obra para as outras é que investe em uma trama policial, que o torna parecido com aqueles thrillers como Seven. Porém, sem perder o apelo melancólico que vimos nos outros filmes da dupla.
Acompanhamos a história de Espósito, um oficial de justiça aposentado que decide escrever um romance a respeito de um caso ocorrido há 25 anos, que lhe rendeu profundas marcas: uma bela jovem foi estuprada e assassinada, e seu marido nunca perdeu a chance de ver o assassino na prisão. Paralelamente, acompanhamos a paixão do protagonista pela juíza que é sua chefe.
Um filme lindo e terrível ao mesmo tempo, já que aborda as várias faces que o ser humano pode ter. Depois que assisti pela segunda vez (eu já havia visto no ano passado e estava torcendo para que fosse indicado e ganhasse o Oscar) pude comprovar que já é um clássico.
domingo, 7 de março de 2010
Filmes, filmes, filmes
Kamchatka : Adoro filmes independentes, daqueles que começam com as logos dos patrocinadores sobre uma tela preta e um sonzinho de suspense. Com Ricardo Darín, no elenco, então, só poderia ser uma maravilha. Bem, este Kamchatka não é a mesma coisa que os filmes do diretor Juan José Campanella (O Segredo dos Seus Olhos, O Filho da Noiva), mas consegue ser um belo drama intimista, mostrando a visão de um menino sobre a ditadura militar argentina, nos anos 70, que fez sua família viver escondida e sob nomes falsos. Não é uma obra muito memorável, talvez pela sua simplicidade, mas é boa o suficiente para ser considerada acima da média. (4 estrelas em 5)
Memórias Póstumas de Brás Cubas : Provavelmente a melhor adaptação que poderia ter sido feita da obra de Machado de Assis. Se há algum defeito, talvez seja porque o orçamento deveria ser melhor para garantir um filme mais grandioso, com melhores figurinos e locações (não que os vistos no filme sejam fracos, mas a história exige mais, em minha opinião). Porém, não há como reclamar da transposição para as telas, já que o roteiro transporta de forma genial alguns elementos do livro para o cinema, entregando aquilo que provavelmente o personagem Brás Cubas faria caso optasse não por escrever suas memórias, mas por fazer um documentário sobre sua vida. (4 estrelas em 5)
quarta-feira, 3 de março de 2010
Votem em mim!
Concorro nas seguintes categorias do prêmio Comuna FC:
Melhor antologia de autor (Grafias Noturnas)
Melhor capa (Grafias Noturnas)
Melhor conto (Qualquer um do livro: A Cápsula do Tempo, Eu Não Matei Charles Bronson, O Botão, etc)
E peço uma força para esses aqui também:
Mário Carneiro Jr (melhor resenhista)
Arquivo do Barreto (melhor site de contos)
Para votar, basta deixar um comentário nos posts referentes a cada categoria.
É isso aí! Já estou muito feliz de estar concorrendo, mas se ganhar uns votinhos ficarei mais ainda!
Abraços!
Melhor antologia de autor (Grafias Noturnas)
Melhor capa (Grafias Noturnas)
Melhor conto (Qualquer um do livro: A Cápsula do Tempo, Eu Não Matei Charles Bronson, O Botão, etc)
E peço uma força para esses aqui também:
Mário Carneiro Jr (melhor resenhista)
Arquivo do Barreto (melhor site de contos)
Para votar, basta deixar um comentário nos posts referentes a cada categoria.
É isso aí! Já estou muito feliz de estar concorrendo, mas se ganhar uns votinhos ficarei mais ainda!
Abraços!
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