Nada como fazer algo por puro prazer, por pura diversão. Nada de desempenhar uma tarefa por obrigação, ou pensando nos louros que se poderá obter com ela.
É assim que ando me sentindo ultimamente, após algumas mudanças pelas quais estou passando (algumas internas, mas em breve externas também - quando chegar a hora eu conto tudo).
Bem, tenho acompanhado o caso de Ademir Pascale, e sua história me fez fortalecer ainda mais aquele desejo de livrar-me de certas obrigações. Estou falando de escrever, mas isso vale para qualquer outro assunto.
O Ademir claramente mantém um sonho há anos: o de se tornar um escritor. Na verdade escritor ele já é, como eu, ou você, mas sabemos o que quer dizer "ser escritor" — ou seja, poder sobreviver apenas da venda dos livros. E foi exatamente esse o desejo que cultivei por um período muito, muito longo.
O que aconteceu com ele foi que, após passar dois anos trabalhando em cima de seu primeiro romance, O Desejo de Lilith, e de finalmente conseguir publicá-lo, por uma editora decente, recebi um e-mail seu dizendo que após isso sua vida tornou-se um inferno.
Epa, mas como assim? Não era o sonho do cara? Ou pelo menos o início da realização desse sonho? Estranhei aquilo, e achei que fosse uma brincadeira sua. Afinal, estava sendo anunciado para todos os lados que após apenas vinte dias, já havia se tornado necessário fazer uma segunda impressão do livro.
Mas não era brincadeira. Ele realmente estava muito irritado com algumas críticas que sua obra andou recebendo. Dizia estar sendo injustiçado, vítima de uma conspiração de pessoas que queriam destruir sua carreira literária. Nos e-mails ele escrevia que tinha explodido, e estava inconformado com aquilo, a ponto de estragar sua saúde, creio eu.
Não quero ser fofoqueiro. Aliás, esse assunto nem é novidade entre os fãs de literatura fantástica nacional. Só estou usando o tema para passar uma lição que aprendi recentemente. Continuemos a história.
Li a crítica que tanto havia irritado o nobre colega escritor, e notei que, realmente, é um texto devastador. O crítico, que goza de certo prestígio, simplemente destrói o romance de Ademir. E depois que foi divulgado que o Pascale protestou contra o crítico, mandando e-mails para centenas de pessoas, dizendo-se injustiçado, as coisas pioraram: passaram a taxá-lo de imaturo por não aceitar as críticas negativas, e aí é que começaram a pegar ainda mais pesado.
Neste quesito, não vou tomar partido: não sou realmente um fã do estilo de Ademir Pascale, nem de suas declarações públicas, que sempre me cheiram a vaidade demais. Porém, não li o livro, e não posso afirmar se a crítica tem razão. Confesso que simpatizo com a figura trágica de um sujeito que sonha a vida toda em ser um autor famoso, e antes que isso aconteça a crítica diz que ele não tem talento e o sonho morre aí. Mas também não posso deixar de perceber que a crítica é muito bem fundamentada.
Dúvidas, raiva, discussões... são tantas palavras negativas, sendo que um escritor deveria estar escrevendo por prazer, por amor. O que estraga as coisas é justamente esta necessidade de sucesso, de ser aceito e elogiado. Talvez a necessidade seja a de se obter dinheiro, luxo e tudo mais.
Olha só: se eu escrevo apenas porque gosto, esse lado ruim nunca vai acontecer. Se eu escrevo simplesmente porque essa atividade me satisfaz, vou aceitar as críticas numa boa, e vou usá-las para escrever cada vez melhor.
Entende o que digo?
Livre-se da obrigação de fazer algo que todos têm que admirar. Faça simplesmente porque gosta, porque ama! Quando você desempenhar essa tarefa de forma mais pura e simples, aí sim o sucesso vai começar. De que adianta fazer o que gosta, se aquilo gera discussões, brigas, inimizades?
Essa é a dica de hoje. Digo isso porque deixei de lado aquele desejo enorme de obter sucesso com a escrita, e só vou escrever nos momentos em que realmente a inspiração baixar sobre mim, sem qualquer pressão.
Talvez eu lance mais um livro, mas não sei quando isso vai acontecer. Só de uma coisa eu sei: será um livro leve, sem o peso da cobrança por aceitação e sucesso.
É assim que ando me sentindo ultimamente, após algumas mudanças pelas quais estou passando (algumas internas, mas em breve externas também - quando chegar a hora eu conto tudo).
Bem, tenho acompanhado o caso de Ademir Pascale, e sua história me fez fortalecer ainda mais aquele desejo de livrar-me de certas obrigações. Estou falando de escrever, mas isso vale para qualquer outro assunto.
O Ademir claramente mantém um sonho há anos: o de se tornar um escritor. Na verdade escritor ele já é, como eu, ou você, mas sabemos o que quer dizer "ser escritor" — ou seja, poder sobreviver apenas da venda dos livros. E foi exatamente esse o desejo que cultivei por um período muito, muito longo.
O que aconteceu com ele foi que, após passar dois anos trabalhando em cima de seu primeiro romance, O Desejo de Lilith, e de finalmente conseguir publicá-lo, por uma editora decente, recebi um e-mail seu dizendo que após isso sua vida tornou-se um inferno.
Epa, mas como assim? Não era o sonho do cara? Ou pelo menos o início da realização desse sonho? Estranhei aquilo, e achei que fosse uma brincadeira sua. Afinal, estava sendo anunciado para todos os lados que após apenas vinte dias, já havia se tornado necessário fazer uma segunda impressão do livro.
Mas não era brincadeira. Ele realmente estava muito irritado com algumas críticas que sua obra andou recebendo. Dizia estar sendo injustiçado, vítima de uma conspiração de pessoas que queriam destruir sua carreira literária. Nos e-mails ele escrevia que tinha explodido, e estava inconformado com aquilo, a ponto de estragar sua saúde, creio eu.
Não quero ser fofoqueiro. Aliás, esse assunto nem é novidade entre os fãs de literatura fantástica nacional. Só estou usando o tema para passar uma lição que aprendi recentemente. Continuemos a história.
Li a crítica que tanto havia irritado o nobre colega escritor, e notei que, realmente, é um texto devastador. O crítico, que goza de certo prestígio, simplemente destrói o romance de Ademir. E depois que foi divulgado que o Pascale protestou contra o crítico, mandando e-mails para centenas de pessoas, dizendo-se injustiçado, as coisas pioraram: passaram a taxá-lo de imaturo por não aceitar as críticas negativas, e aí é que começaram a pegar ainda mais pesado.
Neste quesito, não vou tomar partido: não sou realmente um fã do estilo de Ademir Pascale, nem de suas declarações públicas, que sempre me cheiram a vaidade demais. Porém, não li o livro, e não posso afirmar se a crítica tem razão. Confesso que simpatizo com a figura trágica de um sujeito que sonha a vida toda em ser um autor famoso, e antes que isso aconteça a crítica diz que ele não tem talento e o sonho morre aí. Mas também não posso deixar de perceber que a crítica é muito bem fundamentada.
Dúvidas, raiva, discussões... são tantas palavras negativas, sendo que um escritor deveria estar escrevendo por prazer, por amor. O que estraga as coisas é justamente esta necessidade de sucesso, de ser aceito e elogiado. Talvez a necessidade seja a de se obter dinheiro, luxo e tudo mais.
Olha só: se eu escrevo apenas porque gosto, esse lado ruim nunca vai acontecer. Se eu escrevo simplesmente porque essa atividade me satisfaz, vou aceitar as críticas numa boa, e vou usá-las para escrever cada vez melhor.
Entende o que digo?
Livre-se da obrigação de fazer algo que todos têm que admirar. Faça simplesmente porque gosta, porque ama! Quando você desempenhar essa tarefa de forma mais pura e simples, aí sim o sucesso vai começar. De que adianta fazer o que gosta, se aquilo gera discussões, brigas, inimizades?
Essa é a dica de hoje. Digo isso porque deixei de lado aquele desejo enorme de obter sucesso com a escrita, e só vou escrever nos momentos em que realmente a inspiração baixar sobre mim, sem qualquer pressão.
Talvez eu lance mais um livro, mas não sei quando isso vai acontecer. Só de uma coisa eu sei: será um livro leve, sem o peso da cobrança por aceitação e sucesso.
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