domingo, 20 de junho de 2010

José Saramago (1922-2010)

Gostaria de deixar minha homenagem ao grande escritor José Saramago, falecido no dia 18 de junho de 2010. Sempre o terei como um dos caras que mais souberam aproveitar a Língua Portuguesa, escrevendo obras ao mesmo tempo populares e profundas. Digamos que Saramago tenha sido o Kubrick da literatura, com a diferença que o português não demorava muitos anos para lançar um novo trabalho. Saramago foi também polêmico: ateu, odiado pela igreja católica, que ele tanto criticou. Seu maior "pecado": a obra O Evangelho Segundo Jesus Cristo, que mostra Jesus não como um santo, mas como um homem comum. Isso pode soar herético para os religiosos, mas as páginas são de uma profunda beleza — algo que deve ser esperado do escritor da Língua Portuguesa que recebeu o primeiro Prêmio Nobel da Literatura. E o mais legal: sempre flertando com a literatura fantástica. Palmas também por ter escrito com um estilo único, sem travessões e cheio de vírgulas, que parece difícil de ser compreendido no começo, mas só no começo.

Para quem nunca leu Saramago, uma leitura básica para apreciar este gênio é a seguinte:

Memorial do Convento: Considerado por muitos críticos como seu melhor trabalho, é um romance histórico, misturando fatos reais e fictícios. Passa-se durante o reinado de D. João V, em plena Inquisição, quando somos apresentados aos inesquecíveis Baltasar e Blimunda — esta, uma personagem de literatura fantástica, com sua visão de "raio-x".

Ensaio Sobre a Cegueira: O mais popular dos livros do autor, sobre uma epidemia de cegueira que ocorre em um país fictício. No mundo de Saramago, a escuridão revela muito sobre a alma humana. O filme adaptado por Fernando Meirelles, apesar de bom, foi feito com a mão pesada demais e sem o equilíbrio entre o belo e o grotesco das páginas do autor.

O Evangelho Segundo Jesus Cristo: “O filho de José e Maria nasceu como todos os filhos dos homens, sujo do sangue de sua mãe, viscoso das suas mucosidades e sofrendo em silêncio. Chorou porque o fizeram chorar, e chorará por esse mesmo e único motivo”.


2 comentários:

  1. Uma singela homenagem e boas dicas para quem quer conhecer a obra desse grande escritor.

    Beijos mil, Riesemberg.

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  2. Olá ... passando ... gostei muito do blog, principalmente a pincelada espírita o adornando! beijo

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