quarta-feira, 21 de julho de 2010

Mais uma resenha internacional de Grafias Noturnas

Publicada por Joana Dias, de Portugal, em seu blog http://paginas-com-memoria.blogspot.com
Sinto dificuldades em fazer a crítica de um livro de contos assim, cada um constituído por poucas páginas, pois sinto que para o fazer teria de abordar um a um e seria demasiado exaustivo.

Prefiro por isso dizer-vos que o livro é uma mistura de terror e fantasia, com alguns dos contos a revelarem-se insólitos pois nem todos versam sobre o sobrenatural como nos poderia fazer pensar a sinopse do livro.

Todo o livro é fácil de ler, com uma escrita acessível e dinâmica e agradou-me o facto dos pequenos universos criados se encerrarem e que o autor não se tenha sentido obrigado - por modas actuais - a prolongar por um romance as suas boas ideias.

Até porque me parece que os livros sobrenaturais que se foquem num elemento de terror desconhecido com que não se pode brincar são cada vez mais raros nas publicações que chegam até nós. Por vezes é agradável sentir um arrepio na espinha e até algum medo quando se lê um livro e é esse o caso.

Também gostei da lição de moral presente em cada uma das histórias, por isso mesmo lembrando a tradição dos contos de fadas. Parece-me que uma história transmitir um ensinamento não deixou de ser importante nos dias de hoje.

Embora alguns dos contos tenham temáticas e ideias que já me são familiares como, por exemplo, o conto cujo enredo é muito parecido com o de The Box, quase todos são muito originais e com um final inesperado.

Um livro para quem gosta da temática do sobrenatural e para quem gosta de um pouco de medo a nascer das palavras!

domingo, 18 de julho de 2010

O Equilibrista

Grande documentário, ganhador do Oscar. Narra os esforços do equilibrista francês Phillippe Petit em entrar clandestinamente no alto do World Trade Center, nos anos 70, e andar sobre uma corda esticada entre as duas torres. Um filme motivador, a respeito de um sujeito que acreditou em um sonho impossível e batalhou para atingi-lo. Foi preciso meses de estudos para a arriscadíssima empreitada, lembrando até o preparo para um ataque terrorista, o que resulta em um filme cheio de suspense. O resultado colocou o protagonista, literalmente, no topo do mundo. Não deve haver melhor metáfora para a conquista dos nossos sonhos (5 estrelas em 5)

domingo, 11 de julho de 2010

Dicas para novos escritores: O que te leva a escrever?

Caro aspirante a escritor: você já pensou no que te motiva a seguir esta carreira? Afinal, qual é o motivo que te faz querer tanto isso? Essa pergunta é essencial antes de se começar qualquer ação, pois é importante que saibamos se é positiva e relevante a finalidade por trás de um desejo.

Por muito tempo, eu quis ser um escritor de sucesso. Cresci ouvindo que deveríamos sempre ter sonhos, e que nunca deveríamos desistir deles. Pois o meu era esse: escrever best-sellers. Mas com o passar do tempo fui dando ouvidos aos meus mais profundos pensamentos, e fiz uma descoberta. Havia um sonho por trás desse sonho: não era exatamente ser um escritor que me motivava.

A partir daí, entendi que esse meu sonho era compartilhado com praticamente toda a espécie humana. Afinal, quem não gostaria de trabalhar em casa, ganhando bem, sem um chefe ou colegas enchendo o saco, e sem precisar cumprir horários? Escrever romances era só um detalhe, que poderia ter sido substituído por outra função, como ser crítico de cinema, por exemplo.

Foi quando comecei a pensar em outras possibilidades de trabalho que percebi que haveria muitas outras formas de eu me satisfazer profissionalmente, sem precisar necessariamente ser um escritor. E esse é o primeiro portal pelo qual deve passar o seu sonho. Responda, portanto, da maneira mais sincera possivel: você quer mesmo ser escritor, ou simplesmente quer experimentar as sensações que acredita que teria caso fosse um (a fama, a satisfação, o dinheiro, etc)?

Lembre-se de que, caso seu sonho passe por este portal, você precisa admitir que continuará desejando ser um escritor mesmo que nunca ganhe reconhecimento nem dinheiro com isso.

Vamos fazer um exercício. Imagine-se daqui quinze anos: você tornou-se um escritor, mas não atingiu o sucesso. Escreveu vários livros, mas eles não são muito vendidos. Você precisa ter outro emprego para garantir uma renda, e continua a escrever, pois isto lhe dá prazer.

E então? Isso é desestimulante? Ou você acha que está tudo bem? Se isto é totalmente desanimador, creio que o que você quer realmente não seja escrever, mas levar uma vida fácil. Agora, se você acha que, mesmo trabalhando em outra área, ainda assim se motivaria a escrever, simplesmente por satisfação... aí sim você tem vocação para escritor.

É claro que pensar na fama e no reconhecimento é importante. Porém, não pode ser esta a motivação por trás do que quer que seja. O sucesso é apenas uma consequência, e muitas vezes ele é injusto: quantos artistas geniais morreram antes de serem reconhecidos? e quantos medíocres desfrutam do sucesso devido ao acaso? Portanto, a fama e o dinheiro não podem ser gatilho para motivar nossa ação.

Imagino que o verdadeiro escritor seja aquele que escreve porque tem imensa necessidade disso, sem se importar com o que vão achar de seu texto. Ele escreve porque esta é a sua alegria e o seu vício. Não quer saber se vai ser lido por uma ou por um milhão de pessoas (É óbvio que ele preferirá ser lido por muitos, mas não se importará em receber algo em troca por isso).

É muito comum ver aspirantes a romancistas terem faniquitos e ficarem muito magoados quando recebem uma crítica negativa por algum texto seu. O verdadeiro escritor, aquele que carrega a arte da escrita na alma, nunca faria isso. Ele usaria tais comentários para aprimorar sua arte! Mas caso ele enxergue a escrita somente como um negócio, daí ele certamente tem seus motivos para ficar irritado, pois uma crítica ruim significa perda de dinheiro (ou a chance de ganhar algum).

Assim, fecho mais este texto, onde tento passar um pouco da minha experiência, mostrando que escrever é extremamente compensador, desde que você se satisfaça apenas com o ato de escrever. Se quiser ganhar dinheiro, aí é outra história. De preferência, tenha alguns ases na manga: caso não dê certo uma carreira brilhante na escrita, você ainda poderá conseguir tudo o que deseja, mas através de outro caminho.

sábado, 10 de julho de 2010

Lost in Translation

É muito gostoso rever esta obra-prima de Sofia Coppola. Lost in Translation (no Brasil, Encontros e Desencontros) é um filme iluminado. Mais do que isso, é um filme afinado. Pois muito de seu sucesso é devido ao perfeito uso do som. Na verdade, tudo foi desenvolvido de forma tão perfeita que é difícil saber por onde começar a falar bem: as locações, a fotografia, o elenco, os diálogos, a música... tudo contribui para a felicíssima experiência que o filme promove, atingindo o espectador em suas mais profundas emoções.

Há que se ressaltar o papel importante que o Japão tem na história, situando os protagonistas em um local muito distante de seus lares, uma ilha, onde a língua é incompreensível e o povo tem comportamentos que surgem como exóticos — retratando o deslocamento e a estranheza que ambos estão sentindo em suas vidas.

O ator Bob Harris (Bill Murray, perfeito) chega a Tóquio para passar alguns dias, onde gravará comerciais para a campanha de uma marca de wisky. No luxuoso hotel onde fica hospedado conhece Charlotte (Scarlett Johansson), uma bela jovem deixada sozinha por seu marido fotógrafo enquanto ele faz um trabalho fora. O encontro dessas duas almas torturadas pelas dúvidas da vida adulta lhes marcará para sempre.

Lost in Translation possui muitas virtudes, mas a maior delas é a de situar o espectador dentro de uma história sem grandes acontecimentos externos, porém de grande beleza emocional. A dupla apenas conversa, passeia e faz coisas simples como ir a um hospital para tratar uma ferida na unha do pé, mas é tudo tão bem orquestrado pelos sons diegéticos e por uma simpatia visual, que coloca o espectador dentro desta pequena grande jornada interna na alma de duas criaturas apaixonantes.

Há um termo usado na psicoterapia chamado rapport: trata-se do estabelecimento de uma sintonia fina entre duas pessoas, que ocorre de maneira sutil, quase invisível. Podemos não notar, mas muitas vezes simpatizamos com pessoas que estão tendo algum rapport conosco, às vezes porque o movimentos dos olhos estão parecidos com o nosso, ou então o ritmo como ela batuca as mãos é o mesmo que estamos impondo aos nossos pés, por exemplo. Pois Bob e Charlotte estabelecem um intenso rapport entre si, e o melhor: nós, que estamos os assistindo, entramos em rapport com eles, e somos capazes de sentir o que eles estão sentindo. É por isso que, em determinados momentos, eles nem precisam falar, pois eles (e nós) sabemos o que estão pensando. Isso fica claro em alguns momentos tocantes (e aí é outra mostra do importante papel dos sons no filme) em que as letras das músicas falam por eles.

E é também por isso que uma das cenas mais belas, quando Bob sussurra algo no ouvido dela, é tão majestosa: não sabemos o que ele lhe falou, mas não importa. Aquilo parece mais um sopro de esperança e de beleza na sua vida. É triste ver a despedida dos dois, que terão que voltar às suas vidas de rotinas, dúvidas e responsabilidades. Mas aquela esperança mágica a que eles tiveram contato em uma semana em Tóquio... esta eles levaram para si, e nós trazemos conosco. (5 estrelas em 5)

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Nosferatu

Mais um filme da série "ainda bem que não assisti quando era criança, senão ficaria traumatizado". Provável primeiro filme de vampiro da história do cinema, Nosferatu (1922) é um clássico do expressionismo alemão, indispensável para qualquer fã de terror.

A produção é, na verdade, uma adaptação de Dracula, mas problemas envolvendo os direitos autorais fizeram com que os realizadores trocassem os nomes dos personagens. Fora isso, o filme é até bastante fiel ao livro.

Não sei exatamente o que tanto me atrai nos filmes mudos, dos anos 20. Gosto desses filmes muito mais do que os produzidos nos anos 50, por exemplo. Acho que pode ser o fato de que eles lembram sonhos. No caso de um filme de terror mudo, é o que mais se aproxima de um pesadelo.
(5 estrelas em 5)

Obs: Não deixe de assistir A Sombra do Vampiro, filme de 2000 com John Malkovich e Willem Defoe que recria as filmagens de Nosferatu, sendo que o protagonista era um vampiro de verdade e cujo cachê era pago em sangue!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Crimes e Pecados - Woody Allen

Woody Allen é incrível: se você observar a filmografia do cineasta, verá que ele lança um filme por ano, desde o início de sua carreira. Normalmente, o artista que produz tanto assim raramente entrega uma obra-prima. Mas talvez seja essa a diferença entre Allen e a maioria dos outros artistas, de qualquer área, na atualidade. Mesmo em seus trabalhos menores, como Scoop, Os Trapaceiros e Sonho de Cassandra, há seu toque inconfundível. E volta e meia, digamos a cada cinco filmes, ele apronta algo fantástico.

É o caso de Crimes e Pecados, seu filme de 1989. Imagino que este seja um dos poucos trabalhos, senão o único, capaz de apresentar uma síntese de sua obra: nele há, paralelamente, uma trama de suspense e uma tragicômica. Há os diálogos engraçados, assim como momentos de grande tensão. Há ótimas atuações, e o próprio Allen está no elenco, interpretando aquela sua velha persona neurótica, falastrona e pessimista que faz tanto sucesso. E também há uma direção e um roteiro bastante criativos, como nem sempre se vê nos filmes dele.

Quem gosta de Woody Allen sabe que há dois tipos básicos de filmes que ele entrega: os suspenses (Matchpoint, Sonho de Cassandra) e as comédias (Tudo Pode Dar Certo, Dirigindo no Escuro). Normalmente há um pouco de suspense nas comédias; porém, nos suspenses, há um humor muito sutil e elegante, o qual pode passar despercebido (não vemos em Matchpoint, por exemplo, um personagem que já causa risos só pela aparência cômica ou pelas piadinhas infames). Pois bem: Crimes e Pecados segue justamente duas histórias, uma de suspense e outra de humor, saindo-se muito bem em ambas. E é por isso que sempre vou considerar este filme como referência para se apreciar o cinema de Allen (e o cinema em geral).

A trama de suspense é bastante parecida com a de Matchpoint e de Cassandra's Dream, envolvendo assassinato e a culpa que se segue no assassino. Já a tragicomédia mostra Allen como um cineasta fracassado que se vê obrigado a dirigir um documentário sobre seu irritante e bem-sucedido cunhado, a quem ele detesta.

Cheio de divagações filosóficas e religiosas, Crimes e Pecados culmina em uma magnífica cena final, quando as duas histórias se encontram, na qual Allen usa de forma muito inteligente a metalinguagem. É um momento instigante do cinema, usando a arte e a vida para se falar da arte e da vida. Genial! (5 estrelas em 5)

quarta-feira, 7 de julho de 2010

60 filmes

Até agora assisti 60 filmes em 2010, e escrevi um comentário sobre cada um. A média é baixa, mas este ano está sendo diferente para mim. Além disso, não estou contabilizando as séries que estou acompanhando. Vi a 1ª temporada de Lie to Me e muitos episódios de House, que se fossem filmes seriam pelo menos mais uns 30. Segue a lista:

1- Crepúsculo

2- Os Gonnies

3- Te Amarei Para Sempre

4- Desejo e Perigo

5 – Avatar

6- O Escafandro e a Borboleta

7- Mary & Max

8- Sempre ao seu Lado

9- 2012

10- 500 Dias com Ela

11- La Nana

12- Lunar

13- A Estrada

14- Os Normais 2

15- Anticristo

16- Os Homens que Encaravam Cabras

17- Ta Rindo de Que?

18- Harry Potter e o Enigma do Príncipe

19- Sherlock Holmes

20- O Fantástico Senhor Raposo

21- A Onda

22- Preciosa

23- A Terra de Van Deimen

24- O Que Você Faria?

25- A Aura

26- Daybreakers

27- Um Homem Sério

28- Mother

29- O Guia Pervertido do Cinema

30- O Sol por Testemunha

31- O Caçador

32- Memórias Póstumas de Brás Cubas

33- Kamchatka

34- O Segredo dos Seus Olhos

35- Agora

36- Ilha do Medo

37- Nove Rainhas

38- O Mesmo Amor, A Mesma Chuva

39- Enigma de Outro Mundo

40- Tropa de Elite

41- Abraços Partidos

42- Chico Xavier

43- Homem de Ferro 2

44- Era do Gelo

45- Kick Ass

46- Valhalla Rising

47- Doomsday

48- Os Homens que Não Amavam as Mulheres

49- A Menina que Brincava com Fogo

50- A Rainha do Castelo de Ar

51-The Runaways

52- A Ressaca

53- O Golpista do Ano

54- Tudo Pode Dar Certo

55- Toy Story 3

56- Horas de Desespero

57- Blade Runner

58- La Herencia Valdemar

59- Greenberg

60- O Pequeno Nicolau


O Pequeno Nicolau

Uma graça esta produção infantil francesa, no melhor sentido da palavra "infantil". Há quanto tempo eu não via um filme com crianças realmente graciosas (e não aquelas pentelhas de Os Batutinhas, por exemplo). Aqui a história nem importa tanto, apesar de ser interessante: a verdadeira graça de O Pequeno Nicolau está na inocência do olhar infantil sobre o mundo. E na profunda psicologia dos personagens. O roteiro é cheio de situações interessantes que até lembra uma série de tirinhas de quadrinhos adaptadas para o cinema, mas todas interligadas de forma orgânica. Um filme para ver, rever, e guardar para se assistir com os filhos. (5 estrelas em 5)

terça-feira, 6 de julho de 2010

Greenberg


Greenberg não é mais uma comédia de Ben Stiller. Trata-se de um drama com alguns toques inteligentes de humor, no qual ele encarna um homem de 40 anos que vive uma crise típica da sua idade. Solteiro, sem filhos e com um histórico de problemas psiquiátricos, ele vive como marceneiro enquanto vê seu irmão e alguns amigos prosperarem, e procura acreditar que esta foi sua opção de vida.

A direção de Noah Baumbach é bastante sensível, abordando corretamente a melancolia e a angústia dos protagonistas. O roteiro apresenta, portanto, algumas faces da decepção sofrida por adultos quando estes percebem que não podem viver para sempre como jovens. É um filme atraente, principalmente devido a simpatia que seus personagens causam no público: todos sofrem, até mesmo o cachorro, que tem uma doença auto-imune. E se há uma recorrente tentativa de buscarem a felicidade perdida através de um retorno ao comportamento juvenil, Baumbach mostra que isso só causa mal-estar e exaustão.

As comparações mais óbvias a se fazer é com Lost in Translation e Sideways, mas sem a mesma genialidade daquelas. (4 estrelas em 5)

domingo, 4 de julho de 2010

La Herencia Valdemar

Interessante terror espanhol, baseado no universo de H.P. Lovecraft, e que faz justiça ao autor: a presença de mansões misteriosas, pessoas desaparecidas e ocultismo contribui para criar um clima bastante sombrio e charmoso, digno de romances góticos.

O início mostra uma jovem corretora indo avaliar a macabra mansão Valdemar, no interior da Espanha, depois que um colega de trabalho desapareceu. Como a moça também não retorna, a empresa contrata um detetive particular para encontrá-la, e é quando a presidente da imobiliária lhe conta a história por trás do imóvel. A maior parte do filme relata esse flashback sobre o que aconteceu com o apaixonado casal Valdemar, que viveu na casa no século 19 e cuja história termina em tragédia depois que o marido precisa pagar um favor ao famoso ocultista Aleister Crowley.

Além de Crowley há na trama a participação de outros três sinistros personagens reais : Bram Stoker, Lizzie Borden e Belle Gunnes. E esta mistura com a realidade não soa gratuita, pois em vários momentos o roteiro procura usar o momento histórico na trama, com menções a costumes da época, a doenças que ainda não tinham cura e ao início de movimentos como o feminismo e o espiritismo.

O fator sobrenatural só entra nesta parte da história depois que os personagens já foram bastante desenvolvidos, o que é crucial para uma tensão sempre crescente, aumentando o drama dos protagonistas.

La Herencia Valdemar é um ótimo programa para quem gosta de terror e já está cansado das bobagens produzidas ultimamente em Hollywood. Um filme que consegue resgatar muitos elementos clássicos do gênero, tanto do cinema quanto da literatura, do folclore e da História. E o melhor: esta é apenas a primeira parte. Após os créditos finais há cenas da continuação, cuja estreia é prometida para outubro de 2010, e que já revelam que vem coisa ainda melhor por aí, principalmente para os fãs dos Mitos de Cthulhu. (4 estrelas em 5)

Dois film noir

Blade Runner, O Caçador de Andróides : É muito bom rever, depois de muitos anos, este clássico do cinema, considerado por muitos críticos como um dos melhores filmes já feitos. Só o original uso de elementos de film noir em uma ficção científica já é genial, mas ainda temos muita coisa com que ficarmos embasbacados durante toda a duração, a começar pelo visual futurista. Se há algum problema, é o fato de ser muito curto, pois nos deixa muito curiosos para saber mais a respeito dos interessantíssimos replicantes interpretados pelos jovens Rutger Hauer, Daryl Hanna e Sean Young. Baseado no livro Do the Androids Dream of Eletric Sheep?, de Philip K. Dick. Foi e continua sendo referência para muitas ficções científicas. (5 estrelas em 5 - com honra!)

Horas de Desespero : Clássico de 1955, dirigido por William Wyler, com Humphrey Bogart em papel de vilão. Traz a história de uma família cuja casa é invadida por três bandidos em fuga e a mantêm como refém, até um embate final. Há uma boa dose de tensão, apesar de alguns problemas típicos de filmes da época, mas ainda funciona. A história é levemente baseada em fatos reais. Achei interessante a mistura que faz entre os film noir e aqueles clássicos filmes água com açúcar protagonizados por uma família de classe média. Foi refilmado em 1990 por Michael Cimino, com Mickey Rourke no papel que foi de Bogart. (3 estrelas em 5)

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Mais uns filmes para a lista de 2010

Toy Story 3 : Caramba, a Pixar acertou outra vez no alvo! A animação é fantástica, encerrando (?) a trilogia de forma inesquecível. Um dos desenhos animados mais sombrios e melancólicos que já vi, e que me fez chorar várias vezes durante a projeção. Clássico! (5 estrelas em 5)

Tudo Pode Dar Certo : Novo trabalho de Woody Allen, e dos bons. Na verdade não há nada de muito novo aqui, mas afinal, o que é que podemos esperar de um novo filme dele? Eu sempre rio muito de várias piadas, apesar de saber que o cara é ateu e pessimista ao extremo. E apesar de saber que o filme terá um óbvio e "inesperado" final feliz, mesmo que isso seja apenas sarcasmo do cineasta. Desta vez o roteiro traz o relacionamento entre um insuportável idoso (que poderia muito bem ter sido interpretado por Allen) e uma jovem caipira que vai morar em Nova Iorque. (4 estrelas em 5)


O Golpista do Ano : Jim Carrey encarna um golpista gay que ganhou muito dinheiro com inteligentes fraudes e que conseguiu fugir 14 vezes da cadeia devido aos seu talento para enganar os outros. E é uma história real! Sim, apesar de ser difícil decidir se o filme é uma comédia típica das de Jim Carrey ou se é um drama pesado. O negócio é que a produção funciona como ambos os gêneros, pesando mais para a comédia. A participação de Rodrigo Santoro é pequena, mas fiquei surpreso com sua atuação, principalmente em uma cena em particular. O brasileiro tem futuro em Hollywood. (4 estrelas em 5)

A Ressaca : Com esse péssimo título nacional, não será de estranhar que muita gente deixe passar em branco esta simpática e despretenciosa comédia — portanto é melhor referir-se ao filme pelo nome original, Hot Tub Time Machine (literalmente, "banheira máquina do tempo"). Trata-se de uma verdadeira homenagem às comédias dos anos 80, que consegue ser tão honesta ao estilo que parece que, em muitos momentos, realmente foi produzida naquela época. Conta a história de três amigos de meia idade que voltam no tempo até 1986, quando eram adolescentes. O roteiro não se importa em explicar detalhes da viagem no tempo, preferindo investir em piadas sobre aquela divertida década. Mistura de Pork's (a censura é R nos EUA) com pitadas de De Volta Para o Futuro. (4 estrelas em 5)