O autor Roald Dahl é, para mim, um dos exemplos máximos de aproveitamento do cérebro humano para escrever histórias. Mais conhecido por seus livros infantis, como A Fantástica Fábrica de Chocolates, Dahl sempre demonstrou um lado macabro e de humor negro em seus contos, mesmo quando escrevia para crianças. Mas ele também escreveu para adultos.
Quando me refiro à literatura adulta de Dahl, não quero dizer que ele escreveu livros eróticos, mas sim histórias igualmente macabras, inteligentes, com humor negro e extremamente divertidas − com a diferença de serem dirigidas ao público adulto. Quem tiver curiosidade pode ler sua coletânea Beijo com Beijo (lançada mais recentemente apenas como Beijo).
Porém, Roald Dahl escreveu, sim, um livro mais safadinho, que se aproxima da literatura erótica. Mas sem deixar de ser macabro, com humor negro e brilhante! Estou falando de Switch Bitch, uma coletânea de quatro novelas produzidas com o estilo único de Dahl, mas todas com teor sexual – sendo que algumas foram até publicadas na Playboy.
Na primeira, The Visitor, somos apresentados a um dos mais intrigantes personagens já criados pelo autor. Tio Oswald é um milionário bon vivant, já de certa idade, que está na Síria quando alguns eventos inesperados o colocam como hóspede no palácio de um sheik. Bastante competitivo consigo próprio, Oswald sente-se atraído tanto pela esposa como pela filha adolescente do seu anfitrião, e decide que irá dormir com uma delas. Quem conhece as histórias adultas do escritor já pode imaginar que o final será no mínimo inesperado, chocante e com humor negro.
A segunda história é The Great Switcheroo, possivelmente a mais erótica do livro, e não menos inteligente. Acompanhe comigo: dois vizinhos de meia idade combinam, em segredo, trocar de esposas por uma noite. Mas sem que elas saibam! Por várias semanas eles elaboram um plano para que possam agir sem que cada esposa desconfie que dormirá com o marido alheio. É um plano muito elaborado e arriscado, que envolve conhecer muito bem os cômodos da casa do outro, bem como os hábitos sexuais do comparsa. Toda a história, desde o início, é de fazer grudar os olhos no livro e não desgrudar mais até a última linha. E o final é maravilhoso, como não poderia deixar de ser, vindo da mente que o criou.
The Last Act é um conto que, pelo menos de início, tem um tom mais dramático. Narra a história de Anna, uma mulher que começa a ter tendências suicidas após perder o marido em um acidente de carro. Mas depois de resolver dar uma virada em sua vida, faz uma viagem a negócios e resolve ligar para um antigo ex-namorado do tempo da escola. Ela descobre que o sujeito ainda é bonitão e está divorciado e muito bem sucedido, e acaba aceitando passar a noite com ele depois de alguns drinks. Porém, aos poucos vamos percebendo que ele ainda guarda algum tipo de mágoa e desequilíbrio mental desde a época em que Anna desistiu do namoro.
E finalmente o livro fecha com chave de ouro, com a hilariante Bitch. Aqui, novamente nos encontramos com o Tio Oswald, da primeira história, mas quando ele era um pouco mais jovem. Desta vez o simpático e excêntrico milionário resolve patrocinar a criação de um perfume que despertaria um incontrolável desejo sexual em quem quer que o cheire. Assim, depois de elaborada a fórmula perfeita, o protagonista resolve não apenas usar o perfume para atrair mulheres para si, mas também para colocar em prática um audacioso plano: envolver o presidente dos Estados Unidos em um constrangedor episódio de caráter sexual. Depois de cheirar o perfume, o homem mais poderoso do mundo atacaria uma senhora obesa diante de centenas de convidados em um baile. Final irônico e perfeito.
O safadinho Switch Bitch é um dos livros mais divertidos que já li, e ainda calha de ser, ao mesmo tempo, um dos mais inteligentes. A má notícia é que nunca foi lançado no Brasil. Mas se você for bom em Inglês, não deixe de conferir esta maravilha. E caso não o seja, aproveite para adquirir uma cópia de Beijo, ou Beijo com Beijo (Kiss Kiss), o único dos livros adultos de Roald Dahl lançado em nosso país.
Quando me refiro à literatura adulta de Dahl, não quero dizer que ele escreveu livros eróticos, mas sim histórias igualmente macabras, inteligentes, com humor negro e extremamente divertidas − com a diferença de serem dirigidas ao público adulto. Quem tiver curiosidade pode ler sua coletânea Beijo com Beijo (lançada mais recentemente apenas como Beijo).
Porém, Roald Dahl escreveu, sim, um livro mais safadinho, que se aproxima da literatura erótica. Mas sem deixar de ser macabro, com humor negro e brilhante! Estou falando de Switch Bitch, uma coletânea de quatro novelas produzidas com o estilo único de Dahl, mas todas com teor sexual – sendo que algumas foram até publicadas na Playboy.
Na primeira, The Visitor, somos apresentados a um dos mais intrigantes personagens já criados pelo autor. Tio Oswald é um milionário bon vivant, já de certa idade, que está na Síria quando alguns eventos inesperados o colocam como hóspede no palácio de um sheik. Bastante competitivo consigo próprio, Oswald sente-se atraído tanto pela esposa como pela filha adolescente do seu anfitrião, e decide que irá dormir com uma delas. Quem conhece as histórias adultas do escritor já pode imaginar que o final será no mínimo inesperado, chocante e com humor negro.
A segunda história é The Great Switcheroo, possivelmente a mais erótica do livro, e não menos inteligente. Acompanhe comigo: dois vizinhos de meia idade combinam, em segredo, trocar de esposas por uma noite. Mas sem que elas saibam! Por várias semanas eles elaboram um plano para que possam agir sem que cada esposa desconfie que dormirá com o marido alheio. É um plano muito elaborado e arriscado, que envolve conhecer muito bem os cômodos da casa do outro, bem como os hábitos sexuais do comparsa. Toda a história, desde o início, é de fazer grudar os olhos no livro e não desgrudar mais até a última linha. E o final é maravilhoso, como não poderia deixar de ser, vindo da mente que o criou.
The Last Act é um conto que, pelo menos de início, tem um tom mais dramático. Narra a história de Anna, uma mulher que começa a ter tendências suicidas após perder o marido em um acidente de carro. Mas depois de resolver dar uma virada em sua vida, faz uma viagem a negócios e resolve ligar para um antigo ex-namorado do tempo da escola. Ela descobre que o sujeito ainda é bonitão e está divorciado e muito bem sucedido, e acaba aceitando passar a noite com ele depois de alguns drinks. Porém, aos poucos vamos percebendo que ele ainda guarda algum tipo de mágoa e desequilíbrio mental desde a época em que Anna desistiu do namoro.
E finalmente o livro fecha com chave de ouro, com a hilariante Bitch. Aqui, novamente nos encontramos com o Tio Oswald, da primeira história, mas quando ele era um pouco mais jovem. Desta vez o simpático e excêntrico milionário resolve patrocinar a criação de um perfume que despertaria um incontrolável desejo sexual em quem quer que o cheire. Assim, depois de elaborada a fórmula perfeita, o protagonista resolve não apenas usar o perfume para atrair mulheres para si, mas também para colocar em prática um audacioso plano: envolver o presidente dos Estados Unidos em um constrangedor episódio de caráter sexual. Depois de cheirar o perfume, o homem mais poderoso do mundo atacaria uma senhora obesa diante de centenas de convidados em um baile. Final irônico e perfeito.
O safadinho Switch Bitch é um dos livros mais divertidos que já li, e ainda calha de ser, ao mesmo tempo, um dos mais inteligentes. A má notícia é que nunca foi lançado no Brasil. Mas se você for bom em Inglês, não deixe de conferir esta maravilha. E caso não o seja, aproveite para adquirir uma cópia de Beijo, ou Beijo com Beijo (Kiss Kiss), o único dos livros adultos de Roald Dahl lançado em nosso país.
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