sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Minhas 10 melhores experiências na sala do cinema

Desde que a TV surgiu, há quem diga que o cinema estava com os dias contados. Por outro lado, os fãs da sétima arte defendem que não há nada como conferir um filme na tela grande.

Na verdade não existem filmes que são próprios para se ver em uma sala de cinema e outros para se ver na TV. O que há são condições especiais que tornam melhor ou pior a experiência. Às vezes pode ser inesquecível ver uma velha produção em um videocassete dos modelos mais antigos, em uma fita mofada, acompanhado pelos amigos certos. Em outras situações, ver o filme em uma sala lotada pode causar a melhor sensação do mundo (ou então isso pode causar muita raiva, como muitas vezes já aconteceu comigo – malditos adolescentes!).

Mas hoje eu gostaria de apresentar uma lista das melhores experiências que EU tive em salas de cinema. Note que estou falando da experiência, e não da qualidade do filme, que pode nem ser tão bom assim.

1- Greystoke - A Lenda do Tarzan
Na verdade, não foi nem o filme, mas o trailer dele. Isso mesmo: minha primeira experiência dentro de um cinema foi assistindo ao trailer desta inesquecível adaptação da história de Tarzan. O pequeno cinema da minha cidade estava sendo reformado, depois de anos fechado, e o dono convidou meu vô, meu pai e eu (então com 6 anos de idade) para conferir uma prévia. Aqueles cinco minutos foram decisivos para que eu passasse a amar a sétima arte: me deu o maior medo quando as luzes apagaram, e eu nunca havia visto uma tela tão grande na vida, nem ouvido sons tão altos! Eu me senti dentro da selva, cercado por animais selvagens. Foi assustador!

2- Comando para Matar
Filme que me apresentou ao Schwarzenegger, que até então era um um nome impronunciável. Achei incrível aquele cara ter um super-força, capaz de carregar um pinheiro no ombro e desvirar um carro tombado apenas o empurrando. Nunca nenhum outro filme me causou a mesma sensação, como se fosse uma revista em quadrinhos com pessoas de carne e osso. E foi também minha primeira experiência em uma sala lotada, em que a plateia ria alto com as frases de efeito ditas na tela, como aquela da filha do herói ao vilão da história: "Meu pai vai quebrar a sua cara!". Eu nem me incomodei com a extrema violência do filme, mesmo sendo criança. Nem com as comuns interrupções do filme, porque o rolo enguiçava, ou com os insistentes riscos na película.


3- Os Caça-Fantasmas
Vi ainda do meu tempo de criança, no velho Cine Guayra. Eram exibidos por lá filmes não tão novos, e por isso tive a chance de conferir tantos clássicos dos anos 80, mesmo anos depois de serem lançados. Este foi especial porque eu simplesmente adorava o desenho animado dos Caça-Fantasmas que passava na Xuxa, e eu sonhava com a possibilidade de assistir a um filme com atores de verdade (eu nem sonhava que o desenho é que havia sido criado depois do filme). Quando vi o cartaz anunciando o filme, fiquei louco! E a exibição, com sala cheia, foi demais. Lembro de ter levado muitos sustos (como na famosa cena da biblioteca, logo no início) e de ter passado muito medo com os cães do inferno - tive que me esconder atrás do assento da frente naquela hora.

4- De Volta para o Futuro 2
Um dos primeiros que assisti em um cinema de Curitiba, depois do lamentável fechamento do Cine Guayra. Todos os fãs aguardavam a continuação de De Volta Para o Futuro há 5 anos, e Robert Zemeckis entregou um filme ainda melhor que o primeiro (ao menos foi o que achei naquele tempo). Some-se a toda esta experiência o fato de eu estar conhecendo um cinema muito mais luxuoso e menos parecido com um Grindhouse, como era o Guayra. Foi uma redescoberta de o que é divertir-se de verdade em um cinema (Por falar em Grinhouse, vou fazer aqui uma sessão tripla e dividir esta posição da lista com Gremlins 2 e O Exterminador do Futuro 2, pois os comentários seriam muito parecidos).

5- Ghost - Do Outro Lado da Vida
Creio que foi a primeira vez que chorei em um filme. Mas também ri muito, é claro. Um filme inesquecível, muito emocionante, com uma trilha sonora que não sai da cabeça. E diferente de tudo o que eu já havia visto, até então.

6- O Exorcista
Assisti à versão mais recente, aquela com 11 minutos a mais. Eu já havia assistido em vídeo ao antigo e já era fã, mas foi só desta vez, na sala do cinema, que tive aquela pesada sensação de estar fechado dentro do quarto com o diabo, por um bom tempo. Fiquei extremamente exausto emocionalmente durante e após a sessão.

7- A Bruxa de Blair
Estavam comentando demais sobre esse filme diferente, que muitos ainda acreditavam ser um documentário real. Posso dizer que foi uma das experiências mais assustadoras que já tive na vida. Desde os letreiros iniciais, meu medo era crescente, e no final achei que meu coração ia sair pela boca. Depois disso fiquei muitas noites sem sono e levei anos para ter coragem de acampar novamente.

8- O Grito
Peraí, O Grito? Aquela refilmagem americana do terror japonês? Sim! Como eu disse, não é a qualidade do filme que importa, mas a qualidade da experiência. Eu fui sozinho, à noite, em uma sala lotada. Levei vários sustos e vi muita gente pulando na cadeira. Quando fui embora, fiquei com medo no caminho de volta para casa.

9- Tropa de Elite
Eu já havia assistido a versão pirata, como quase todo mundo, mas não pude deixar de conferir o filme no cinema, em uma das últimas sessões do cinema de Bragança Paulista, antes de também ser fechado. Já habituado com a mania de “Pede pra sair” que havia tomado conta do Brasil, junto com aquele Rap das Armas e a canção-título, o público foi extremamente interativo e riu bastante, fazendo com que eu gostasse ainda mais desta produção.

10- 21 Gramas
Quando assisti, a plateia estava formada por pessoas mais idosas e cultas, não sei bem por que. Não esqueço dos sons de dó do público pela dor dos personagens em alguns momentos marcantes do filme. Teve uma senhora que soltou um doloroso “aahhhh...” quando Benicio Del Toro revela que cometeu um atropelamento, e nós sabemos bem quem são as vítimas.

Menção honrosa: Nosso Lar
Uma plateia de espíritas assistindo ao filme antes que ele se consagrasse um sucesso, e antes de surgirem os primeiros comentários na mídia. No início da sessão, ainda havia aquela desconfiança no ar (será que o filme faz justiça ao livro?) Mas foi uma grande emoção e uma profunda paz que se estendeu sobre todo o público durante a hora e meia seguinte. É até difícil colocar em palavras o que senti naquele dia.


2 comentários:

  1. Os filmes Ghost e Nosso Lar deveriam figurar entre as suas melhores experiências, colocando os demais em patamares bem distintos.

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  2. Obrigado pelo comentário e por seguir o blog, Dodo. Na verdade eu coloquei a lista meio que em ordem cronológica, mas realmente: Nosso Lar e Ghost são muito especiais e ocupam um lugar muito importante no meu coração.
    Abraço!

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