quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Noites de Verão

Não é segredo de ninguém que detesto o sol. Na verdade é o sol que me detesta, mas tudo bem. O negócio é que o inverno é, para mim, a melhor estação do ano. E não troco um lindo final de semana nublado ou chuvoso, no qual posso tranquilamente assistir filmes ou ler um bom livro, por uma tarde na piscina (argh!).

Mas apesar disso, há algo no verão que me fascina. São as noites da estação. Aquelas que têm o céu forrado de estrelas ou uma lua linda, e que a brisa gelada bate no rosto, em contraste com o ar quente, causando uma deliciosa sensação.

Acho que esse tipo de noite marcou muito minha infância, principalmente entre os meus 8 e 10 anos de idade. Nessa época foram muito marcantes as vezes em que toda a minha família deixava de lado a abafada sala de estar (e a novela das 8) e se dirigia a pé até a banca de revistas (na verdade uma loja completa, que também vendia brinquedos, material escolar, doces e sorvetes – isso é comum em cidades do interior). Nós comprávamos sorvetes, e não raro uma barra grande de chocolate, que dividíamos assim que chegávamos em casa. Mas eu geralmente usava parte da minha mesada para comprar uma revista de palavras cruzadas Coquetel, ou um gibi da turma da Mônica, e um picolé de coco.

O melhor do verão, hoje em dia, é quando surge uma noite dessas, em que estou à toa, e me envolvo naquela mesma sensação de antigamente. Pois, para minha sorte e contentamento, nesta semana essa magia se repetiu na terça-feira.

Além da maravilhosa temperatura ao ar livre, o céu sem nuvens estava coroado por uma magnífica lua cheia, que me encheu de ternura. Sem que perdesse tempo algum, pois já passava das 9:30 da noite, corri pegar dinheiro e rumei para a banca, em uma agradável caminhada pela rua quase deserta.

No meio do caminho, a gostosa angústia: e se a banca estiver fechada? Já é uma grande felicidade o estabelecimento continuar no mesmo lugar, sendo dirigido pelo mesmo dono, depois de tantos anos. Mas era bem possível que o horário de funcionamento tivesse mudado, e não fosse mais até as 10 horas. Só que logo os meus olhos brilharam, porque de longe notei as luzes acesas e o expositor da Kibon armado na calçada.

Talvez sejam poucos os prazeres da vida que se igualem à sensação de fazer este passeio e estas compras, numa verdadeira volta ao passado. Até o cheiro da banca é o mesmo de quando eu era criança. Após passear pela loja, como eu fazia antes, dando uma olhada em tudo o que tinha (pena não ter mais os discos de vinil!), comprei uma revista Coquetel, dois gibis e o maravilhoso picolé de coco, o meu preferido.

Veja só: comecei este post só para falar sobre os gibis que eu comprei, mas acabei me estendendo tanto que vou deixar tal assunto para outro dia. Quero agora apenas guardar aquela sensação, de uma prazerosa ida à banca em uma quente noite de verão.

Um comentário:

  1. Ah adorei o texto, que nostalgia, eu não gosto de calor também e já me mudei muito então não tem como passar por esses momentos, mas sempre lia os gibis da Turma da Mônica e dos da Disney só o Pato Donald e o Zé Carioca - mas o picolé era de Uva rssss - hoje eu gosto do de Limão. :)

    Um bom fim de semana!

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